Vivência imigrante em Londres inspira crônicas por Sandra Acosta 

“Estações — Crônicas de uma vida em Londres” mescla observações do cotidiano, adaptação cultural e reflexões sobre pertencimento em uma cidade plural

Sandra Acosta, escritora e mestra em Escrita Criativa, capta a essência da capital britânica por meio de um olhar estrangeiro. “Estações – Crônicas de uma vida em Londres”, publicado pela Editora Patuá, é dividido em quatro partes – verão, outono, inverno e primavera –, seguindo o ritmo das estações do ano e das estações de metrô que marcaram a trajetória da autora na cidade. 

“Quis captar não apenas a Londres dos cartões-postais, mas aquela que se revela nos pequenos encontros, nos trajetos cotidianos, nos silêncios entre uma estação e outra”, explica Sandra. O resultado é um mosaico literário que vai desde reflexões sobre grandes eventos históricos, como a morte da Rainha Elizabeth II e a coroação do Rei Charles III, até delicadas percepções sobre hábitos locais, diferenças culturais e a solidão peculiar do estrangeiro.

A autora, que viveu na capital britânica entre 2022 e 2024, transformou seu processo de adaptação e posterior despedida da cidade em matéria literária. “Escrever estas crônicas foi meu modo de elaborar o luto da partida e fixar na memória os detalhes que tornaram aquela experiência tão singular”, revela. Na obra, Sandra constrói pontes entre o pessoal e o universal, mostrando como a experiência do deslocamento pode ressignificar nossa relação com o conceito de lar. “Descobri que casa pode ser qualquer lugar onde estejam meus livros e as pessoas que amo”, reflete.

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A autora traz influências que vão de  Jane Austen a Virginia Woolf, passando por autoras contemporâneas como Martha Medeiros, Elena Ferrante e Claire Keegan. A estrutura do texto reflete a própria experiência da autora como imigrante e viajante: herança de uma família marcada por deslocamentos. 

A autora, que já publicou outros dois livros, “Pra que varanda se a vista é feia?” (2021) e “Poemagem: poesia e colagem pra viagem” (2023), considera “Estações” um marco em sua carreira: “Ele representa meu amadurecimento como escritora e uma reconciliação entre minhas diversas versões, inclusive a da economista-bancária com a artista”.

Sobre a autora:

Sandra Acosta é escritora, mentora de escrita criativa e colagista. Nasceu em Santos (SP), cresceu em Campinas (SP) e atualmente reside em São Paulo, capital. Mestre em Escrita Criativa pela Universidade de Coimbra, tem formação em Economia pela UNICAMP e mestrado em Desenvolvimento Econômico pela UFPR. Publicou os livros “Pra que varanda se a vista é feia?” (Letramento, 2021) e “Poemagem” (Arpillera, 2023), além de ter recebido menção honrosa no Prêmio Nacional de Literatura dos Clubes (2019). Atualmente, escreve um romance, ministra oficinas de escrita e mantém a newsletter “Um livro é uma colagem”.

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