O Rio de Janeiro forma a primeira turma de professores e professoras indígenas em uma cerimônia que certificou 16 estudantes do Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, que fica na aldeia Sapukai, em Angra dos Reis, na Região da Costa Verde.
A formação desta turma de magistério foi resultado de um convênio entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro, com ação da Secretaria de Educação (Seeduc-RJ), e a Universidade Federal Fluminense (UFF), sendo que a secretaria de educação contribuiu com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), enquanto a universidade participou na parte técnico-pedagógica.
Mais do que contribuir para a educação do Estado, esta parceria promoverá a preservação de parte dos saberes dos povos indígenas. Portanto, este é um momento considerado histórico para a educação do Rio de Janeiro, e por que não dizer, do Brasil.
Para a secretária de educação do Rio de Janeiro, promover educação formal para a comunidade indígena de Sapukai representa um processo de reparação histórica.
Quando indagado sobre este momento, um dos professores recém-formados, Ildo Benites, disse:
“Eu sempre sonhei em ser professor. Neste momento, sou formado. Penso muito no futuro, e a nossa comunidade precisa de professores indígenas para educar nossos alunos guaranis. Precisamos fortalecer a cultura e a língua, porque antes só tínhamos professores não indígenas. Eu estou muito feliz”
Vale ressaltar que para que esta turma tenha alcançado êxito, a escola indígena em Angra dos Reis, na qual foi feita a formação, passou por uma reforma estrutural em 2024, incluindo refeitório e espaço para prática de esportes, melhorando as condições do espaço físico.
Que esta seja a primeira turma de muitas e que com o tempo, o estado do Rio de Janeiro e outros estados brasileiros possam colher os frutos de parcerias voltadas para a valorização dos saberes de comunidades indígenas e de sua importância para a construção de uma educação que abraça as agendas de equidade e justiça social.