“Insônia”: coletânea de contos de Graciliano Gamos retratam a miséria e o lado obscuro da existência

Conhecido pelos seus romances modernistas, como Vidas Secas e São Bernardo, Graciliano Ramos também se aventurou na escrita de contos, um excelente gênero literário para quem deseja se familiarizar com a obra do autor alagoano antes de mergulhar em seus romances.  Publicado originalmente em 1947, Insônia, coletânea de contos de Graciliano,  aborda temas como miséria, opressão e loucura. A alma humana é desnudada nas horas sombrias de angústia, frustração e desesperança. 

O livro é publicado pela Vila Leitura , do Grupo editorial Edipro, com introdução de Micheliny Verunschk e arte de capa do artista plástico Andrés Sandoval. A partir de sua conhecida prosa enxuta, Graciliano explora o lado obscuro da existência, no qual o sofrimento e a resistência se entrelaçam em uma dança trágica e perturbadora. De forma sensível, ele expressa como poder e submissão moldam a infância, o mundo natural e a mulher. O autor busca ainda refletir as dinâmicas sociais e culturais do Brasil do século XX. 


Leia também: Coleção em cordel ganha mais uma adaptação: “Vidas secas”, de Graciliano Ramos

“O conto de abertura, homônimo ao título, é paradigmático. O tique-taque do relógio, ao ser transfigurado na pergunta monstruosa ‘sim ou não’, é a própria esfinge do tempo, o ‘pêndulo inexistente’, contrapondo o espaço do desejo, da individuação, ao rumor violento e homogeneizador do mundo.” Micheliny Verunschk

A publicação é dividida em 13 contos: Insônia; O relógio do hospital; Paulo; Luciana; Minsky; A prisão de J.Carmo Gomes; Dois dedos; A testemunha; ; Ciúmes; Um pobre-diabo; Uma visita e Silveira Pereira. Em cada um dos textos, o escritor alagoano guia para um mergulho na solidão, nos dilemas morais e na violência cotidiana, em que, à beira do abismo, as pessoas enfrentam os próprios demônios. 

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Quem foi Graciliano Ramos?

Graciliano Ramos (1892-1953) tornou-se um dos mais renomados escritores brasileiros do século XX. Nascido em Alagoas, destacou-se por sua prosa seca e realista. Além de escritor, Graciliano foi prefeito de Palmeira dos Índios e teve uma trajetória política marcada pelo engajamento social.

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