“As filhas das mães que morrem”: catarinense Maia Melo estreia na poesia com um relato intenso sobre perda, luto e busca por sentido

Publicada pela Garoupa Editora, obra da escritora natural de Criciúma (SC) reflete sobre perda, saudade e a busca por sentido a partir da morte da mãe da autora

“Neste livro corajoso, As filhas das mães que morrem, o convite a toda a gente leitora é para que escute com muita atenção as palavras de quem está atravessando um túnel longo em busca de luz, sem ter ideia de que a realidade subjetiva é, de algum ângulo inesperado, integrada à esperança que nela se deposita. E será uma travessia acompanhada por emoções arrebatadoras e pelos corpos que pulsam lágrimas, expectativas, ressentimentos, apelos à redenção.”

Eloísa Aragão, escritora e historiadora, no prefácio da obra



A escritora e poeta Maia Melo lança seu primeiro livro de poesia, “As Filhas das Mães que Morrem”, publicado pela Garoupa Editora. O evento de lançamento acontece no dia 20 de fevereiro, às 20h, no Sacrilégio Bar (Avenida Pedroso de Morais, 52), em Pinheiros, São Paulo. Com uma escrita visceral e sem amarras, a obra emerge do luto e se torna um mergulho profundo em temas como identidade, medo e ressignificação da vida.

“O livro nasceu do impacto da morte da minha mãe”, conta Maia Melo. “Eu comecei a escrever ainda no hospital. No início, era um refúgio, uma tentativa de expressar a dor inominável da perda”. Somente anos depois, a autora percebeu que esses textos poderiam se transformar em um livro. A obra, escrita ao longo de seis anos, expõe de forma crua e sensível o vazio deixado pela perda e os questionamentos inevitáveis que surgem a partir dela: “O que importa de fato? O que é realmente possível fazer com o que sobrou de mim?”, reflete Maia.

Além do luto, “As Filhas das Mães que Morrem” dialoga com a saudade e a incessante busca por significado. Maia compartilha sua experiência de reconstrução, de quem viu sua identidade se fragmentar com a perda e precisou, pouco a pouco, reunir os cacos para seguir em frente. “Com versos livres e intensos, não busco respostas definitivas, mas sim abraçar quem, em algum momento da vida, também se viu diante da ausência de quem ama”, afirma.

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A escrita do livro transformou a autora, tanto pelo processo de colocar a dor no papel quanto pela revisitação dos momentos mais difíceis de sua trajetória. “Publicar esta obra simboliza para mim o fechamento de um ciclo, não do luto em si, mas de uma compreensão antes limitada sobre a morte. O luto em si é um processo sem prazo para acabar”, explica Maia. “As Filhas das Mães que Morrem” não apenas compartilha uma vivência pessoal, mas se abre ao leitor como um espaço de acolhimento e reconhecimento da dor que a ausência traz.

Sobre a autora



Maia Melo nasceu em Criciúma, Santa Catarina, e se divide entre o estado natal e o Rio Grande do Norte. Após a morte do seu pai, exatos dois anos após o falecimento de sua mãe, decidiu encerrar sua trajetória de mais de dez anos na moda e dedicar-se ao estudo da espiritualidade, autoconhecimento e à escrita. “Viajei por cinco países, incluindo Índia, Vietnã e Nepal, que transformaram minha relação com os conceitos de vida e morte”, revela. Pós-graduada pela PUC em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness, Maia Melo tem na busca por um sentido mais profundo sobre a existência um dos seus principais interesses. “As Filhas das Mães que Morrem” é seu primeiro livro de poesia.

AGENDA
O quê: Lançamento do livro “As Filhas das Mães que Morrem”, de Maia Melo
Quando: 20 de fevereiro, às 20h
Onde: Sacrilégio Bar – Avenida Pedroso de Morais, 52, Pinheiros, São Paulo
Entrada gratuita


Confira um poema de “As Filhas das Mães que Morrem”:

fui jogando terra por cima das feridas
tentando cobri-las
porque vê-las abertas me doía mais
mas feridas não curam com areia.
— feridas curam?


Garanta “As Filhas das Mães que Morrem” no site da Editora Garoupa

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