5 citações de “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke

Você já imaginou como seria se, ao ter dúvidas sobre os rumos da sua vida, você entrasse em contato com um dos seus ídolos e ele te respondesse? Foi isso o que aconteceu com o jovem poeta Franz Kappus que, em 1902, resolveu escrever para um dos seus poetas favoritos, o aclamado Rainer Maria Rilke. Para a surpresa de Kappus, Rilke não apenas o respondeu, mas manteve com ele um contato que durou anos, através de correspondências longas e profundas, nas quais o o aclamado poeta lhe dá sua opinião sobre seus escritos e o aconselha não apenas sobre a a escrita, a jornada de um poeta, mas sobre a vida em geral, e como as duas são intimamente conectadas.

Três anos após a morte de Rilke, Kappus resolveu publicar as cartas recebidas em forma de livro, ato este pelo qual a literatura o agradece, pois é de grande valor que estas cartas tenham vindo ao público: nelas encontramos um pouco da sabedoria de Rilke, repleta de lirismo e conselhos preciosos para levarmos para a vida. Obra marcante e inspiradora, cuja leitura pode ser sempre revisitada, de forma a reavivar o espírito e reencontrar a si mesmo sempre que necessário.

Na nova edição da editora Antofágica, as cartas contam com uma tradução inédita diretamente do alemão por Erlon José Paschoal, e apresentação do poeta e artista Ricardo Aleixo. Além disso, as cartas são intercaladas com pinturas abstratas de Manon Bourgeade, de forma a instigar a imaginação do leitor. A edição conta também com materiais extras, como uma sensível carta ao leitor, de Stephanie Borges, vencedora do IV Prêmio Cepe Nacional de Literatura, eum ensaio poético do escritor e artista visual Francisco Mallmann, e ainda um texto em forma de resposta às cartas de Rilke, de Flávia Trocoli, professora de Teoria Literária na UFRJ.

Para dar uma melhor noção do conteúdo e do estilo de escrita de Rilke em suas cartas a Kappus, confira abaixo algumas das citações mais marcantes da obra:

“O criador deve ser um mundo para si mesmo e encontrar tudo em si mesmo e na natureza à qual se integrou”

“Deixe que seus juízos tenham um desenrolar sereno, imperturbável, que, como todo progresso, deve advir do seu interior, sem nada que o oprima ou venha a apressá-lo.”

“Tudo está sendo gestado e virá à luz. Deixar completar-se toda impressão e toda semente de um sentimento inteiramente em si mesmo, no escuro, no indizível, no inconsciente, inalcançãvel ao próprio entendimento, e aguardar com profunda humildade e paciência o momento do nasciemtno de uma nova clareza: pe o que no fundo se chama viver artisticamente, tanto no entendimento quanto na criação”

“Não procure agora pelas respostas que não podem ser dadas, porque ainda não poderá vivê-las. E trata-se aqui de viver tudo. Viva agora as dúvidas.”

“Talvez aos poucos, em algum dia distante, sem perceber, vai acabar vivenciando as respostas. Talvez já traga em si a possibilidade de criar e dar formas, como um modo de vida puro e especialmente afortunado”

Adquira o livro aqui.

Related posts

“O Voo das Libélulas e outros contos inflamáveis”, de Kênia Marangão: quando o fantástico encontra o mais brutal da realidade

Projeto ‘Uma nova história’ incentiva o hábito de leitura no DEGASE

O gótico contemporâneo de Lúcio Reis Filho em “Lupedan: um mundo chamado Ego”