Você já reparou que algumas das obras literárias mais célebres do mundo também são alguns dos livros mais difíceis e complicados que você pode ler? O site Hooted for Books fez um esforço para listar alguns clássicos da literatura que, por serem muito difíceis, muita gente acabou pro não conseguir terminar. Densos com prosas complexas, metáforas intrigantes e linguagem inventiva, muitas vezes ficamos numa sinuca de bico com essas obras. Porém, são todos livros que valem a pena. Suponha que você se veja como um bibliófilo de peso e não tenha medo de enfrentar algumas leituras desafiadoras.
Esses são os 10 livros mais difíceis de todos os tempos. Confira:
Finnegans Wake, de James Joyce
.. por um fio, por dentro da linguagem noturna de Finnegans Wake, um dos grandes desafios da literatura para a última obra literária de James Joyce, publicada em 1939. Já que a circularidade do Wake impede que exista começo, meio ou fim, a tradutora encontrou a ponta do fio narrativo onde bem quis e largou-a onde bem entendeu. Ou não foi bem assim?
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Graça Infinita, de David Foster Wallace
Os Estados Unidos e o Canadá já não existem: eles foram substituídos pela poderosa Onan, a Organização de Nações Norte-Americanas. Uma enorme porção do continente se tornou um depósito de lixo tóxico. Separatistas quebequenses praticam atos terroristas e a contagem dos anos foi vendida às grandes corporações. Graça infinita foi o último grande romance do século XX e teve um impacto duradouro e ainda difícil de ser aferido.
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O Som e a Fúria, de William Faulkner
O som e a fúria, de 1929, é considerada a obra mais importante do escritor norte-americano ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1949. O romance surgiu em um período de isolamento, depois que o autor teve seu terceiro romance recusado por diversas editoras. Abalado, William Faulkner investiu num estilo ousado, tecido por quatro vozes narrativas distintas e saltos inesperados no tempo. É dessa forma, permeada por tons bíblicos e ecos de tragédias gregas, que o escritor retrata a violenta decadência dos Compson, família aristocrática do sul dos Estados Unidos, que parece viver num desnorteante presente em estado bruto.
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Almoço Nu, de William S. Burroughs
Lançado em Paris em 1959, Almoço nu logo se tornou um dos romances mais importantes do século XX. Influência determinante na relação entre arte e obscenidade, a obra redefiniu não apenas a literatura, mas a cultura americana como um todo. O protagonista é ojunkie William Lee, que faz uma viagem surreal e orgíaca pela devastada terra das drogas, da depravação, das tramas políticas e dos experimentos sádicos. Construído numa série de vinhetas, que até podem ser lidas fora de ordem, o livro se inspira nas experiências inusitadas do próprio Burroughs em lugares como México, Tânger e Estados Unidos, e no seu vício em heroína, morfina e outras drogas.
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Guerra e Paz, de Tolstói
“O que é Guerra e paz?”, questiona Liev Tolstói em um texto que detalha o processo de pesquisa e de criação de sua obra-prima. “Não é um romance, muito menos uma epopeia, menos ainda uma crônica histórica.” Ao acompanhar o percurso de cinco famílias aristocráticas russas no período de 1805 a 1820, Tolstói narra a marcha das tropas napoleônicas e seu impacto brutal sobre a vida de centenas de personagens.
Em meio a cenas de batalha, bailes da alta sociedade e intrigas veladas, destacam-se as figuras memoráveis dos irmãos Nikolai e Natacha Rostóv, do príncipe Andrei Bolkónski e de Pierre Bezúkhov, filho ilegítimo de um conde, cuja busca espiritual serve como espécie de fio condutor e o torna uma das mais complexas personalidades da literatura do século XIX.
Ao descrever o cotidiano e os grandes acontecimentos que se sucederam à invasão de Napoleão em 1812, Tolstói retrata uma Rússia magistral, imponente e, sobretudo, profundamente humana.
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A Escolha de Sofia, de William Styron
Com três milhões de exemplares vendidos, 47 semanas nas listas de best-sellers do Times e vencedor do National Book Award de 1980, A escolha de Sofia mostra, em sua patética grandeza, com perfeito domínio do tempo na narrativa e um texto denso e envolvente, o drama de uma mulher corroída pela culpa, que nenhuma felicidade consegue desviar do puro e simples aniquilamento, e para quem a única possibilidade de vida é uma ligação alucinante e destrutiva. Para além das cercas eletrificadas e das câmaras de gás, o campo de concentração de Auschwitz continuava a fazer vítimas. A escolha de Sofia com roteiro, produção e direção de Alan J. Pakula, teve versão cinematográfica de grande êxito: eleito melhor filme de 1983 pela Associação de Críticos de Nova York e Los Angeles e ganhador do Globo de Ouro da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, deu à atriz Meryl Streep o segundo Oscar de sua carreira.
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Moby Dick, de Herman Melville
Lançado em 1851, Moby Dick, ou A baleia, de Herman Melville (1819-1891), se tornou um dos livros de aventura mais emblemáticos da literatura universal. A história do capitão Ahab, em busca de vingança contra o terrível cachalote que amputara sua perna, entrou definitivamente para a cultura popular, inspirando, entre outras criações. Entremeados à narrativa vão se sobressaindo múltiplos elementos: referências bíblicas que ecoam críticas da época ao nascente imperialismo dos Estados Unidos; a questão racial, personificada na figura dos três arpoadores, um negro, um índio e um nativo polinésio; a análise da extração do óleo dos cachalotes como atividade econômica industrial, incluindo uma discussão sobre a sustentabilidade da pesca das baleias; as tensões sociais, que aparecem nas relações entre superiores e subordinados e na possibilidade sempre presente de um motim.
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Os Sertões, de Euclides da Cunha
Os sertões – marco fundamental nos estudos sobre a formação do imaginário nacional, ao lado de Casa-grande e senzala e Raízes do Brasil – foi escrito a partir de um trabalho jornalístico sobre a rebelião de Canudos, liderada por Antonio Conselheiro e duramente reprimida pelo governo. Baseada em teorias deterministas em voga na época, a obra aborda cientificamente a influência do meio sobre o homem, como mostra a própria estrutura dos capítulos: “A Terra”, “O Homem”, “A Luta”.Parte da riqueza do livro reside no fato de ele retratar a mudança de opinião do escritor que, movido por um espírito patriótico e republicano, via com maus olhos a revolta dos “fanáticos” defensores da monarquia, alinhado ao restante da elite letrada, que não tolerava a insurgência de um grupo
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O Sumiço, de Georges Perec
Este romance do francês Georges Perec é todo escrito sem a letra “e”, a mais frequente da língua francesa. A inovação da obra não está, porém, apenas na falta da vogal, mas principalmente em fazer do desaparecimento da letra o próprio tema do livro e a lei maior à qual se deve toda a história. O autor cria um mundo de letras, povoado por seres de letras, cujo destino depende também das letras, e, principalmente, do sumiço de uma delas. Esta mirabolante história de investigação policial, cheia de mistério, bom-humor, romances e reviravoltas, vai além de um enredo intrigante, voltando-se para o ato da escrita e os jogos de linguagem que apontam para a própria língua, o francês – mutilado, porém.
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Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez
Em Cem anos de solidão, um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
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Fonte:
https://www.hookedtobooks.com/most-difficult-books-to-read/