Designer brasileiro reconstitui casco de jabuti em impressora 3D e entra para o livro dos recordes

Em 2015, um jabuti foi encontrado e resgatado pelo grupo de voluntários Animal Avengers após ter o casco queimado por um incêndio florestal em Brasília. Além disso, ele passou por duas crises de pneumonia e ficou 45 dias sem se alimentar. Com a ajuda de um veterinário especialista em animais silvestres, foi possível prestar os primeiros atendimentos. Porém, ficar sem essa proteção faz com que o animal fique mais vulnerável a ataques de predadores e sofra com a incidência de raios solares e outros problemas decorrentes da exposição. O jabuti recebeu o nome de Fred em referência ao personagem Fred Krueger do filme de terror A Hora do Pesadelo. Com o decorrer do tempo, descobriram que se tratava de uma fêmea e passaram a chamá-la A Fred.

O veterinário contatou amigos na tentativa de achar algum possível tratamento. Ao saber da história, o designer Cícero Moraes, de Sinop, em Mato Grosso, resolveu reconstituir o casco de jabuti em impressora 3D. Para isso, ele reuniu várias fotos do animal e de um jabuti de estimação de um colega para fazer o parâmetro. Após a coleta, inseriu os dados no computador e foi reconstruindo a peça. Além de auxiliar na saúde e na recuperação do animal, essa reconstrução permitiu que ele entrasse para o ‘Guinness Book 2022‘ – o livro dos recordes. A invenção originou a primeira prótese de casco de jabuti feita em impressora 3D no mundo.

“Fizemos a reconstrução a partir das fotos. O mais difícil foi dividir essa prótese em quatro partes. Nunca tínhamos feito isso e não podíamos errar. A impressão 3D foi um processo extremamente complexo”, explicou o designer.

De acordo com Cícero, as peças maiores levaram aproximadamente 50 horas e as peças menores de 28 a 35 horas para ficarem prontas. Após a conclusão, que durou em torno de um mês, o novo casco foi encaminhado a Brasília para que fosse possível a realização da cirurgia pelos profissionais.

“Assim que a jabuti voltou da anestesia, o primeiro movimento dela foi se esconder no casco e essa foi uma prova concreta de que o projeto deu certo. Todos ficaram muito contentes.”

Para finalizar o projeto, um engenheiro fez uma pintura realista no casco e hoje o animal vive num espaço reservado na casa do veterinário que fez os primeiros socorros.

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