“O Lado Avesso de Mim”, entrevista com a poeta Nanci Maziero

“A literatura ensina. A arte liberta.”
Nanci Maziero

Nanci Maziero é casada e mãe de duas filhas. Escritora, professora, pesquisadora e publicitária. Autora de vários artigos na área de comunicação organizacional, mais de 25 anos no mercado de trabalho e 16 anos no ensino superior em diversas instituições privadas, ministra também módulos para pós-graduação. Em 2017, ela lança pela NotaTerapia Editora o seu livro de poemas Lado Avesso.

Lado Avesso é um conjunto de poesias escritas ao longo de trinta e cinco anos. As poesias falam basicamente de amor e amizade aos olhos de uma garota adolescente que se tornou mulher e, em um momento marcante de sua vida, decidiu que era hora de ser ela mesma. Lado Avesso é fruto de um processo de autoconhecimento e transformação pessoal, traz sentimentos, emoções e percepções. Para comprar o livro, acesse:
https://editoramultifoco.com.br/loja/product/lado-avesso/

O NotaTerapia fez uma incrível entrevista com a autora. Confira:

NotaTerapia – Em poucas linhas, o que é o seu livro Lado Avesso?

Nanci Maziero – Uma coletânea de poesias escritas ao longo dos anos de adolescência e juventude e algumas outras mais recentes, expressam sentimentos e sensações, olhares sobre os acontecimento da vida.

N – Quando você começou a escrever e quais as motivações que te levaram a escrever seu livro?

Sempre escrevi, mas nunca dei importância a essa possibilidade. Já mais madura, após um mergulho de autoconhecimento, decidi prestar mais atenção a essa possibilidade. Um ano sabático me levou ao encontro de mim mesma, de minhas raízes, e das coisas que realmente desejo fazer nos próximos anos, uma delas é escrever.

N- Qual você acha que é e deveria ser o papel da literatura e das artes no mundo de hoje?

A literatura ensina. A arte liberta. Todas as competências e habilidades humanas são beneficiadas em seu desenvolvimento quando experimentamos a arte e a literatura, seja lendo, assistindo ou escrevendo. São instrumentos fundamentais para estimular a liberdade criativa e a expressão do que temos de mais humano e profundo em nós.

N- Quais os(as) escritores (as) que te marcaram e influenciaram tanto na vida quanto na feitura de Lado Avesso?

Na adolescência gostava de ler J.G. de Araújo Jorge, difícil achar livros dele hoje em dia. Vinícius de Morais, sem dúvida, Leminski com quem me identifico. Adoro música popular brasileira que é pura poesia como Chico Buarque, Tom Jobim, Elis, Belchior e tantos outros. Das obras mais recentes gosto muito da obra “Eu me chamo Antonio”. Na literatura sou romântica e adoro as novelas de Jane Austen e Emile Brontë. Amo a doçura de Rubem Alves, leio também Simone de Beauvoir, Kafka, Nietszche, Bourdieu, um pouco de tudo.

N- Você afirma na orelha do livro que Lado Avesso é sobre a passagem de uma adolescente que se tornou mulher e decidiu, em um ponto da vida, ser ela mesma. O que você encontrou neste caminho de “ser você mesma”?

Encontrei uma pessoa que pode e merece ser amada, que tem algo a dizer e que deseja ajudar as pessoas a seguirem seus próprios caminhos. Descobri que é nossa responsabilidade sermos o melhor que pudermos ser nesta vida. Amando a si mesmos e sendo responsáveis pela própria vida somos mais capazes de respeitar e amar o outro em sua singularidade.

N- O título do livro é bastante significativo – Lado Avesso -, entretanto ele deixa uma questão: Lado avesso de que? Ou melhor dizendo, o que você precisou enfrentar neste caminho de autodescoberta?

O Lado avesso de mim mesma, um outro lado, um outro ponto de vista, alguém que estava lá o tempo todo e esperava a oportunidade certa de crescer e florescer. Todos precisamos enfrentar o medo de nos enxergar em nossa plenitude. Todos somos luz e sombra, yin e yang, bem e mal. Conhecendo a si mesmo somos capazes de escolhas melhores, mais em consonância com nossa essência.

N- Muitos dos poemas do livro, e creio que isto é o mais interessante, revela uma espécie de intimidade com a descoberta do corpo, um erotismo se desvendando. Para você, qual o papel da descoberta do corpo no encontro consigo mesma?

Simone de Beauvoir tem uma frase que diz que não nascemos mulheres, aprendemos a ser mulher. Ser mulher é também aceitar que somos seres sensuais, eróticos, essa perspectiva é também parte intrínseca de quem somos e contribui para a nossa felicidade e completeza como mulheres.

Para saber mais, acesse a página da autora:
https://jornalnota.com.br/nanci-maziero/

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