E a doutrinação? Apesar de a direita acusar que há uma doutrinação comunista nas escolas, a realidade prova que os problemas são muito diferentes. De acordo com a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, publicada pela OCDE, professores brasileiros gastam, em média, 21% do tempo de aula lidando com questões de disciplina, o que resulta em cerca de uma hora perdida a cada cinco horas de ensino. A média dos países da OCDE é de 15%.
O estudo, realizado com educadores e diretores do ensino fundamental, revela que 44% dos professores no Brasil enfrentam interrupções frequentes por alunos, mais que o dobro dos 18% registrados na média da OCDE. Além disso, 21% dos docentes brasileiros consideram o trabalho altamente estressante, um índice próximo à média da organização.
Professor incentiva a leitura com biblioteca itinerante em bicicleta
Os efeitos da profissão na saúde também são mais evidentes no Brasil: 16% dos professores relatam impactos negativos na saúde mental e 12% na saúde física, contra 10% e 8% na média da OCDE, respectivamente.
Apesar disso, a valorização profissional permanece baixa, com apenas 14% sentindo que os professores são reconhecidos socialmente ou por políticas públicas. Ainda assim, 87% expressam satisfação com a profissão, e 58% indicam que ser professor foi sua primeira escolha de carreira.
A realidade é que precisamos melhorar a estrutura das escolas para que professores tenham condições mínimas de conseguir dar suas aulas. Depois, que professores sejam remunerados adequadamente para que não estejam sobrecarregados em suas áreas e possam preparar suas aulas como o cuidado necessário. Ainda, que trabalhem próximos de suas residências, evitando deslocamentos desnecessários, perdendo horas e horas do dia para chegar nas escolas. E por fim, que tenham turmas com números de alunos compatíveis com a possibilidade de uma troca possível.
Viva os professores do nosso Brasil!