Da infância ao envelhecimento feminino: Su Amélia faz uma literatura do cotidiano

Entre poética e coloquial, a autora consegue conversar com diferentes gerações e experimenta novos formatos a cada publicação

A escritora Su Amélia é uma autora carioca “com ascendente em Minas”, como se apresenta. Depois de mais de vinte anos trabalhando com publicidade, passou a trilhar seu caminho na ficção. Entre seus temas: maternidade, maturidade e infância.

Com linguagem poética e objetiva, as cenas de sua literatura são prosaicas e repletas de situações que causam identificação. A escritora publicou até agora três livros: o infantojuvenil Huno (Tigrito, 2022), além de outros dois destinados a adultos, Balaio (Marisco Edições, 2022) e Melhor não saber que horas são (MapaLab, 2024).

Sobre as publicações, a autora resume: “Para o Huno, quis criar uma fábula irônica – um coelho, símbolo da fertilidade, sem irmãos. Para Balaio e Melhor não saber, aliás, para tudo que escrevo, minhas ousadas referências são Manoel de Barros e Adélia Prado, pela imensa atenção ao corriqueiro.”

Em nota da editora para Balaio, inclusive, há uma pequena apresentação para a edição que pode servir para apresentar toda a sua produção até aqui: ”Como boa observadora das pequenas coisas, Su Amélia escreve apenas com minúsculas. No seu balaio, as letrinhas e o cotidiano estão em contos, crônicas e poemas. A ficção e a realidade também estão misturadas, página a página.”

Em seu processo de escrita, a não-linearidade com que trabalha resulta, também, na multiplicidade da escrita:

“Meu processo é o não-processo. Caótico, errático, começa no bloco de notas, na insônia da madrugada. Não me orgulho. Preciso me disciplinar e criar uma rotina sem dispersão e com dedicação para o romance que vem por aí”, adianta.

Além das obras publicadas, Su Amélia, que é o nome artístico de Suzana Machado, mantém uma contínua produção textual na rede social. Usa o Instagram para compartilhar com os leitores pequenas epifanias, observações cotidianas e imagens da rotina, mostrando a “vida real” da escritora.

Com seus relatos sobre perimenopausa, mudanças de visual e rotina, o recado se parece com o de seus livros: tudo pode virar literatura.

Para conhecer seus livros, acesse: https://www.instagram.com/su_amelia/.

Sobre a autora:

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Su Amélia escreve. Seja como publicitária, seja como escritora, ela escreve. Carioca com ascendente em Minas, é escrevinhadora desde pequena. Tem 3 livros publicados: Huno, pela Editora Tigrito, um livro adulto disfarçado de infantil; Balaio, um livro infantil disfarçado de adulto, pela Marisco Edições; e Melhor não saber que horas são, pela Janela + Mapalab.

Escreve ocasionalmente no Instagram sobre maternidade, maturidade e o que mais lhe der na telha, e escreve também listas de tudo que tem que fazer, porque a memória já não funciona mais. Tem medo de avião, marimbondo e ego inflado. Gosta de paçoca, café coado e livros em papel.

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