“Anjos”: poemas de Roseana Murray evocam os anjos que habitam a memória, a natureza e o cotidiano

Os poemas tratam de temas como medo, finitude, amor, compaixão, silêncio e transcendência — tudo com leveza e profundidade. Roseana Murray cria imagens poéticas tão etéreas quanto as obras de Fayga, produzidas entre as décadas de 1960 e 1990 e incorporadas ao projeto gráfico de Anjos com base nas sensações evocadas pelos versos e pelas composições, texturas e cores.

No livro, as obras da artista plástica estão ordenadas em uma progressão que acompanha o estado emocional do eu lírico: nos primeiros poemas, revelam-se sentimentos de solidão, melancolia e temor; e, gradualmente, ao se sentir acolhido pelos anjos materializados em presença e ações humanas, o eu lírico parece recuperar a esperança; ao final, ele celebra a natureza sublime desses seres em um tom de exaltação.


O diálogo entre poemas e imagens se dá de forma fluida, convidando os leitores a usar a própria imaginação para fazer descobertas. Assim, Anjos estabelece conexões com a interioridade do leitor e favorece uma leitura interpretativa e sensível, abrindo espaço para reflexões sobre literatura, estética e autoconhecimento.

Em uma fusão de versos, formas e cores, Anjos cria imagens delicadas que aproximam esses seres etéreos da fragilidade humana, convidando-nos a contemplar o sublime.

Leia também: Após perder braço em ataque de pitbull, escritora Roseana Murray busca editora para reeditar livro

Sobre as autoras:


Roseana Murray publicou seu primeiro livro infantil em 1980. Desde então, recebeu vários prêmios por sua obra, como o da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), nas categorias Jovem e Poesia, o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e o de Literatura Infantil da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 1994, entrou para a Lista de Honra do International Board on Books for Young People (Ibby), com o livro Tantos medos e outras coragens (FTD, 1992).

Fayga Ostrower nasceu em 1920, em Lodz, Polônia, e chegou ao Rio de Janeiro em 1934. Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, sendo amplamente premiada por sua obra. Fayga faleceu em 2001, no Rio de Janeiro.

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