Precisamos lutar pela FLIPEI (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes), que começa dia 6 de agosto e vai até o dia 10 de agosto, contará com a presença de editoras independentes, como N-1 Edições, UBU Editora, Usina Editorial, Fósforo, entre outras. Entre autoras/es e artistas estão Vladimir Safatle, Leci Brandão, Cidinha da Silva, Wesley Barbosa, Letícia Bassit, Walter Lippold e Deivison Faustino.
A FLIPEI será realizada em diversos espaços espalhados pela cidade de São Paulo, conforme descrito abaixo:
- Galpão Elza Soares – Alameda Eduardo Prado, 474, Campos Elíseos
- Casa Luís Gama – Rua Guaianases, 1435, Campos Elíseos
- Café Colombiano – Alameda Eduardo Prado, 493, Campos Elíseos
- Sol Y Sombra – Rua Treze de Maio, 180, Bixiga/Bela Vista
O evento seria realizado na Praça das Artes, no Centro da capital de São Paulo, administrada pela Fundação Theatro Municipal de São Paulo, mas no dia 1º de agosto aconteceu algo inusitado.
Na noite deste fatídico dia, o diretor-geral da Fundação Theatro Municipal anunciou o cancelamento do evento agendado anteriormente, alegando que “bens públicos não podem ser usados para eventos de cunho político”.
A alegação da Prefeitura de São Paulo se deu em decorrência dos debates políticos que serão realizados nas mesas do evento, como, por exemplo, o massacre da população civil Palestina em Gaza, que contará com a presença de Thiago Avilla, militante que esteve embarcado na Flotilha que levava ajuda humanitária para a Palestina e foi covardemente interceptada por Israel.
Apesar dos motivos alegados pela diretoria-geral da Fundação Theatro Municipal, discussões políticas são absolutamente comuns em eventos culturais e artísticos, não representando nenhuma novidade em países democráticos.
É evidente, entretanto, que a Prefeitura de São Paulo, seu gestor Ricardo Nunes e outros representantes deste atual governo manifestam uma atitude que a FLIPEI considera censura, tendo em vista a tentativa de silenciamento ao informar o cancelamento do evento.
Por que devemos lutar pela FLIPEI? É preciso que tenhamos consciência da importância de ocupar espaços culturais e de amplificar a voz de grupos sub-representados, para que cada vez mais tenhamos nossos direitos garantidos e respeitados.
Precisamos lutar pela FLIPEI e a melhor forma de fazer isso é comparecer e garantir que espaços insurgentes permaneçam, nos quais possamos discutir livremente sobre a política, gênero, raça e classe, sem que a censura perdure.
Precisamos levantar os nossos punhos e ser corpos desobedientes em um mundo que não nos acolhe porque somos diferentes e sobretudo, porque não concordamos com esse sistema.