Pedro Pascoal é o momento em Hollywood e dispensa apresentações. Por onde passa, esbanja simpatia e conquista os espectadores. Recentemente, interpretou Joel Miller em The last of us , papel que ampliou ainda mais sua popularidade. Agora, ele estrelará o filme Quarteto Fantástico, do MCU. Para além das telas, o ator é engajado em causas sociais – LGBTQIA+, justiça racial e direito dos imigrantes- e, agora, para derreter, ainda mais, nossos corações, mostra-se um leitor assíduo, daqueles que leem calhamaços. A seguir, confira os títulos indicados por Pedro Pascal:
1. Crime e Castigo ( Dostoevsky)
Publicado em 1866, Crime e castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania
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2. O mestre e a Margarida (Mikhail Bulgákov )
O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do século XX. Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruzará com o dos amantes mestre e Margarida ― ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos, ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido. Escrito entre 1928 e 1940, ano da morte do autor, mas só publicado no fim dos anos 1960, no Ocidente, e em 1973, na Rússia, o livro se tornou então sucesso imediato no mundo todo e inspirou centenas de adaptações para o teatro, cinema, televisão, animação, ópera, dança e música (inclusive a famosíssima canção “Simpathy for the Devil”, dos Rolling Stones). História de amor e desejo, sátira do mundo das letras e das pequenas e grandes vaidades humanas, além de crítica ferina mas bem-humorada ao regime soviético, o romance empresta recursos da linguagem teatral, musical e mesmo da linguagem cinematográfica, com cortes e saltos temporais e espaciais que imprimem à narrativa um ritmo vertiginoso, divertido e sempre surpreendente.
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3. Jane Eyre (Charlotte Brontë)
A vida de Jane Eyre, pobre órfã condenada a vagar por diferentes casas e famílias até encontrar seu próprio pouso, emociona leitores há mais de dois séculos, versando sobre a educação de uma preceptora e os desafios enfrentados por diferentes mulheres do século XIX, independentemente da posição social em que se encontravam. Com uma maestria narrativa ímpar sobre poder e conflito, Charlotte Brontë cria aqui um dos romances mais emblemáticos da língua inglesa, que ultrapassa barreiras ao tocar em questões universais e atemporais, como ambição, vingança, diferenças sociais e, claro, amor.
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4. Cem anos de Solidão (Gabriel García Marquez)
Em Cem anos de solidão, um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
Em nenhum outro livro García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto. Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.
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5. A Leste do Éden (John Steinbeck)
Em seu diário, o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, John Steinbeck, chamou A leste do Éden de seu “primeiro livro”. De fato, ele tem a energia primordial e a simplicidade de um mito. Ambientado nos campos férteis do vale do Salinas, na Califórnia, este livro grandioso e por vezes brutal acompanha o destino entrelaçado de duas famílias ― os Trask e os Hamilton ―, cujas respectivas gerações revivem impotentes a queda de Adão e Eva e a rivalidade deletéria de Caim e Abel.
Vindo do leste, Adam Trask chega à Califórnia para trabalhar em plantações e cuidar da família nessa nova terra repleta de promessas. Entretanto, o nascimento dos gêmeos, Caleb e Aaron, leva sua esposa à beira da loucura, restando a Adam criar os dois filhos. Enquanto Aaron cresce emanando amor por todas as coisas ao seu redor, Caleb segue solitário, envolto por uma névoa misteriosa, acreditando que o pai se importa apenas com seu irmão. E a eterna tensão entre os gêmeos se agrava ainda mais quando se apaixonam pela mesma mulher. É uma tragédia anunciada.
Publicado originalmente em 1952, em A leste do Éden Steinbeck desenvolveu seus personagens mais fascinantes e explorou os temas mais recorrentes de sua obra: o mistério da identidade, a inefabilidade do amor e as consequências devastadoras da ausência de afeto. Obra-prima da maturidade do autor estadunidense, este é um romance poderoso e ambicioso, a um só tempo a saga de uma família e uma transposição moderna do Livro de Gênesis.
6. A Montanha Mágica (Thomas Mann)
Neste clássico da literatura alemã, Mann renova a tradição do Bildungsroman ― o romance de formação ― a partir da trajetória do jovem engenheiro Hans Castorp. Durante uma inesperada estadia de sete anos em um sanatório para tuberculosos nos Alpes suíços, Hans relaciona-se com uma miríade de personagens enfermos que encarnam os conflitos espirituais e ideológicos que antecedem a Primeira Guerra Mundial.
Lidando com uma variedade de temas ― estados doentios e corpóreos, a arte, o amor, a natureza do tempo e da morte ―, este livro, publicado originalmente em 1924, é um dos grandes testamentos literários do século XX e uma das obras inesgotáveis da ficção ocidental.
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