Cartas a um jovem bailarino, escrito por um dos maiores coreógrafos do século XX: Maurice Béjart (1927–2007), é um texto revelador sobre a arte e o processo criativo. Com tradução de Roberto Borges e ilustrações de Bruno Passos, o livro apresenta uma reflexão sobre a jornada do artista, os desafios que moldam a criação e a necessidade de viver plenamente para que a arte aconteça.
“A arte vive de restrições às quais apenas o artista, no entanto, pode (e deve) impor a si mesmo; a liberdade é ilusão em estado primário, a disciplina é indispensável para encontrar, ao final de uma trajetória de renúncia, a verdadeira liberdade.”
Maurice Béjart
Cartas a um jovem bailarino, Carta IV p. 33
Inspirado em Cartas a um jovem poeta, de Rainer Maria Rilke, Béjart estabelece um diálogo epistolar com um aspirante à dança, orientando-o não apenas sobre a técnica, mas sobre a formação do espírito e da sensibilidade. Para ele, a arte nasce do encontro entre a experiência e a busca incessante por algo maior. Cada gesto, cada movimento, cada ideia tem raízes naquilo que o artista viveu, sentiu e compreendeu do mundo. Para Béjart, um grande artista é antes de tudo um grande homem; a grandeza na criação vem da grandeza da experiência, da entrega total àquilo que se faz, da capacidade de se abrir ao desconhecido e, a partir disso, construir algo que toque a essência do humano.
Béjart questiona a relação entre técnica e inspiração, forma e conteúdo. A dança, para ele, não é apenas uma disciplina física, mas um caminho de autoconhecimento e transcendência. Influenciado pelo sufismo de Rumi e pela poesia persa, Béjart vê a arte como uma ponte entre o visível e o invisível, entre o corpo e o espírito, entre o instante e a eternidade.
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Maurice Béjart foi um dos grandes artistas que revolucionaram a dança no século XX, rompendo barreiras entre tradição e modernidade, incorporando elementos do teatro, da música popular e da filosofia oriental em suas coreografias. Criou espetáculos que marcaram a história da dança, como Boléro, com música de Maurice Ravel, Le Sacre du printemps, A sagração da primavera, e Notre Faust ,Nosso Fausto, sempre com a convicção de que a arte deve falar a todos e transformar tanto o artista quanto o público.
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