“O Céu da Selva”: cubana Elaine Vilar Madruga retrata condição feminina através da degradação que assola a América Latina

Elaine Vilar Madruga expande seu talento para os domínios do horror com este romance perturbador e ao mesmo tempo poético, que alcança camadas de significado muito profundas ao tratar de temas como a condição feminina, a maternidade, a violência e a degradação humana que assolam a América Latina.

Na trama de O céu da selva, ambientada num cenário caribenho não especificado, uma velha, suas duas filhas adultas, um homem e dezenas de “crias” humanas predestinadas a uma finalidade cruel vivem em uma fazenda inóspita a beira da selva. Mas algo está prestes a desequilibrar a bizarra engrenagem que rege o funcionamento dessa família.

“Este romance é um golpe, o sangue que não conseguimos deixar de enxergar, uma história sobre a selva e a voracidade da violência. A maternidade e a morte, o que nos torna humanos e o que nos torna cruéis.” — Mariana Enriquez

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Com uma prosa hipnotizante e visceral, além de personagens inesquecíveis, que envolvem o leitor apesar da brutalidade e da loucura que cada um deles carrega em sua mente e em seus atos, Madruga evoca Medeia para construir um universo implacável, no qual nenhuma mulher pode decidir não ser mãe e nenhuma mãe pode colocar o amor acima de suas obrigações com a selva, essa deusa faminta que permite viver em segurança em seus domínios e prove fartura, mas exige o mais alto dos preços em troca. Teria a natureza algum senso de justiça?

“O leitor segue Elaine Vilar Madruga como se ela fosse uma flautista de Hamelin maldita, em uma história com um pé nos limites de uma sociedade violenta e pobre e o outro em um imaginário fantástico e aterrorizante.” — El País

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Sobre a autora:

Elaine Vilar Madruga (Havana, 1989) é graduada em Artes Cênicas, com especialização em Dramaturgia, pelo Instituto Superior de Arte de Cuba (ISA), e leciona escrita criativa. Ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, e seu trabalho tem sido publicado em diversos países. Vilar Madruga amplifica sua voz em romances adultos e infantojuvenis — marcados por influências da literatura fantástica e da ficção científica —, contos, poesia, teatro, jornalismo e crítica. Dela, a Instante publicou A tirania das moscas (2023).

 

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