Idealizada pela advogada e professora universitária, Mônica Thaís Mendes Ribeiro, a iniciativa que transformou geladeiras e fogões em bibliotecas públicas completa 4 anos de atividade em fevereiro. Além de manter vivo o hábito da leitura, a ação reaproveita eletrodomésticos que estão sem uso.
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“A primeira livraria foi improvisada em uma casinha de correios que pintei, cortei e coloquei vidro com fechadura na portinha, para ser algo na porta da minha casa. O projeto causou grande comoção social e isso me animou a investir e inaugurar mais 3 pontos de livrarias feitas de material reciclado de geladeira e fogão inutilizados”, contou a professora.
Agora, com 10 mil livros arrecadados, o projeto denominado ‘Li na Morada‘, em Morada Nova, no Centro-Oeste de Minas Gerais, superou o número de habitantes da cidade que, de acordo com o último Censo do IBGE, é de 9.067 pessoas. Conforme Mônica, a quantidade de livros arrecadados será registrada em cartório, pois simboliza um marco importante. A expectativa inicial era atingir a quantidade de um livro por habitante, meta que foi alcançada com 3 anos de projeto.
“Em um mundo cada vez mais carente de averiguação das informações, de fontes e de busca pela verdade, o livro nunca foi tão necessário e essencial na vida das pessoas. A educação é uma ferramenta emancipatória e o acesso aos livros e a ampliação do mundo de quem os lê é um rompimento de fronteiras irreversível. Como ensina a história, ‘uma mente que se abre nunca mais voltará ao seu tamanho original’”, disse entusiasmada.
Com a ajuda da comunidade nas doações, manutenção e conservação dos livros, o projeto conta com 11 bibliotecas distribuídas nas áreas rurais e urbana. Atraindo crianças e adultos, elas estimulam o contato com os livros de modo que cada um pode escolher a sua próxima leitura.
“O nosso sonho de espalhar conhecimento e cultura acabou se tornando realidade. Agradecemos de coração a todas as pessoas que acreditaram, doaram e se dedicaram ao projeto. Vocês são parte dessa conquista. E não vamos parar por aqui. O projeto continuará crescendo e sempre haverá espaço para novas histórias e novas leitores”, concluiu a professora.