“COMUM”: nos 60 anos do golpe, peça retrata história de vala com mais de mil ossadas de presos políticos

No ano que marca os 60 anos do início da ditadura militar brasileira, o Grupo Pandora de Teatro traz espetáculo “COMUM”, inspirado na história de uma grande vala clandestina descoberta em Perus, com mais de mil ossadas de pessoas desaparecidas durante este período

Nos 20 anos do Grupo Pandora de Teatro que marcam também os 60 do golpe militar, que ocorreram em 1º de abril de 1964, quando forças conservadoras, elites empresariais e Forças Armadas deram um golpe de Estado que levou o Brasil a uma ditadura de 21 anos. Um regime que matou e torturou milhares de pessoas, suprimiu movimentos populares e projetos políticos que buscavam um Brasil mais justo, e que faz parte de um passado que insiste em se fazer presente no país até hoje.

Leia também: “A Lira dos 20 Anos – O Musical”: peça retrata luta, memória e resistência durante a ditadura militar

O Grupo Pandora traz para o palco o espetáculo “COMUM”, que tem como eixo norteador o período ditatorial brasileiro e a descoberta (em 1990) de uma grande vala clandestina localizada no Cemitério Dom Bosco, no bairro Perus, Zona Noroeste de São Paulo. No local, foram encontradas mais de mil ossadas de corpos humanos, posteriormente identificadas como pertencentes a diversos desaparecidos políticos e cidadãos mortos pela violência da ditadura militar. 

A descoberta desta vala clandestina, a maior do país até o momento, foi apresentada ao mundo como um dos muitos crimes cometidos pelo regime surgido com o golpe de estado de 1964 e marcou profundamente a história do bairro de Perus, trazendo a crueldade da ditadura militar à tona e desencadeando um processo de busca pela verdade sem precedentes no país. 

As ações são do projeto “Pandora 20 Anos – Firmeza Permanente” contemplado na 41° Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.

Ficha Técnica – COMUM

Criação: Grupo Pandora de Teatro. Texto e direção: Lucas Vitorino. Elenco: Caroline Alves, Cristian Montini, Rodolfo Vetore, Thalita Duarte e Wellington Candido. Figurino: Thais Mukai. Design de luz e músico: Elves Ferreira. Operação de Luz: Gui Sensei. Edição de Vídeo: Filipe Dias. Cenografia: Lucas Vitorino e Thalita Duarte. Cenotecnia: Eprom Eventos e Luis Fernando Soares. Operação de Vídeo: Lucas Vitorino.  Treinamento corporal: Rodolfo Vetore. Preparação corpo e voz: Paula Klein. Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini. Produção: Thalita Duarte.

Serviço: Espetáculo “COMUM”

Com Grupo Pandora de Teatro

Sinopse: Inspirado na descoberta da vala clandestina do Cemitério Dom Bosco no bairro de Perus em 1990. Um jovem em busca de informações sobre o desaparecimento de seus pais, dois coveiros envolvidos com a criação da vala e uma estudante que se aproxima do ativismo político. 1970/1990 épocas distintas se entrelaçam e evidenciam causas e consequências. 

Duração: 100 minutos

Classificação indicativa: 12 anos

Quando: 03, 04, 10 e 11 de outubro de 2024 – Horários: quintas e sextas-feiras, às 20h

Onde: Centro Cultural São Paulo (Sala Jardel Filho) – Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo – SP, 01504-000

Ingressos: R$20,00 – As reservas podem ser feitas no site: https://centrocultural.sp.gov.br/bilheteria-ccsp/ ou pessoalmente na Bilheteria do CCSP.

Capacidade: 330 lugares

Acessibilidade: A estrutura do prédio conta com elevadores, rampas de acesso e piso tátil

Não possui estacionamento.

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