“A Nudez da Cópia Imperfeita”: o corpo, a arte, a morte e a ressurreição

Nudez? Num corpo reside o epicentro de toda obra de Arte. A Arte, pulsante e transcendente, não se manifesta sem a presença visceral de um corpo. Seja na criação de um quadro que adorna uma parede, ou na provocação efêmera de uma performance transgressora, é o corpo que se torna o veículo de transformação artística.

A Performance é, por excelência, o corpo em movimento, uma expressão viva que transcende os limites do comum. Ela desafia, provoca, e, ao mesmo tempo, intriga. A efemeridade da Performance, seu breve e intenso instante, a torna inapreensível, existindo apenas no registro que dela se faz. É arte, mas uma arte que não se encaixa nas galerias convencionais, nos museus estáticos. Nunca se viu um leilão de uma Performance, pois como leiloar o efêmero?

“A Nudez da Cópia Imperfeita” surge como um relato intrépido, um mergulho profundo na história da arte brasileira. A nudez, despida de barreiras e convenções, torna-se o veículo para uma reflexão intensa sobre a natureza efêmera da arte performática. É um grito poético que ressoa na História, desafiando padrões estabelecidos, provocando a mente e pulsando com a vitalidade única da performance que se desvanece no instante em que se manifesta.

A morte, aqui, não é física, mas existencial. É o fim da performance, o suspiro que encerra o movimento. Contudo, nesse último suspiro, a arte ressurgiu, transformada e eterna na sua imperfeição copiada. Este relato é mais do que um testemunho; é um manifesto da transitoriedade da Arte, da sua resiliência, e da eterna busca pela expressão que transcende os limites.

A nudez da cópia imperfeita

Parte I – Memórias Póstumas de La Bête: Uma narrativa imersiva inicia-se, explorando as profundezas da experiência de La Bête após o confronto com o inferno midiático, o preço pago por ousar desafiar limites.

Parte II – Memórias de La Bête: Uma jornada não linear que desnuda os desdobramentos políticos e jurídicos, revelando o apoio e as novidades recebidas, a trajetória da Performance e os recados ameaçadores que ecoaram na história.

Parte III – La Bête: O ápice da tradição, onde a narrativa alcança sua plenitude, explorando a ressurreição simbólica, a transformação do efêmero em eterno, a essência de La Bête.

Uma leitura mais que necessária para um ponto na história que fazemos parte, um convite à contemplação do efêmero, ao abraço da provocação, e ao reconhecimento da vitalidade imortal do corpo artístico em movimento.

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O Inferno Midiático exposto em um aparelho que cabe na palma da mão

Uma narrativa pulsante revela a brutalidade do inferno midiático, onde o aparelho que cabe na palma da mão não apenas amplifica a arte, mas também desencadeia o caos social. Wagner e La Bête, nesse palco virtual, foram submetidos à intensidade da era digital, onde a arte e o caos se entrelaçaram, formando uma narrativa complexa e provocadora.

Em 2017, as redes sociais se transformaram em um tribunal instantâneo, moldando veredictos antes mesmo da compreensão completa dos fatos. Uma narrativa revela como a arte de Wagner, despidora de convenções, desencadeou não apenas debates sobre limites de expressão, mas uma tempestade de críticas e apoios. A dualidade da era digital, que torna a arte acessível, mas também a sujeita a um escrutínio implacável, é desvendada de forma vívida e visceral.

Nesse turbilhão, a exposição crua do julgamento público torna-se uma característica em si, transcendendo a tela e ecoando nos corações e mentes da sociedade. A era digital, poderosa em sua capacidade de disseminar informações, revelou-se também como um palco onde a arte e o caos se entrelaçaram, desafiando não apenas os limites da expressão, mas a própria natureza do julgamento público na era virtual.

Qual o limite da nudez? Existe esse limite?

A pergunta reverbera ao longo das páginas, ecoando a provocação intrínseca à Performance. A obra desafia o espectador a questionar e desbravar os limites da nudez, confrontando as convenções sociais que buscam definir o inefinível. A nudez, nesse contexto, transcende o físico; torna-se uma expressão artística que desafia o espectador a explorar não apenas os corpos nus, mas também os limites de sua própria compreensão da arte e da liberdade.

A provocação é um convite a questionar as barreiras impostas pela sociedade, a compensar conceitos arraigados e a contemplar a beleza intrínseca na vulnerabilidade do corpo exposto. O livro, ao conduzir essa reflexão, não apenas desafia, mas também convida a uma jornada íntima de autodescoberta, onde o limite da nudez se torna um ponto de partida para uma exploração mais profunda da condição humana e da expressão artística.

A Condenação à Morte: Inevitável, Quase Real, Simbólica

A narrativa culmina na atribuída à morte, um estágio que transcende o físico, alcançando o quase real e o simbólico. É o ponto de inflexão onde a morte se converte em ressuscitar, a arte persistindo na sua imperfeição copiada. “A Nudez da Cópia Imperfeita” é um convite para a contemplação profunda, uma jornada poética que abraça a efemeridade, celebra a provocação, e ilumina a vitalidade eterna do corpo artístico em sua experiência simbólica. O corpo, outra condenada, ressurge na resiliência da expressão artística, desafiando não apenas o julgamento público, mas a própria natureza efêmera da vida e da arte.

La Bête se tornou imortal!

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