Com a linguagem acessível que caracteriza a obra de Sidarta Ribeiro, “As flores do bem” propõe combater a desinformação acerca da maconha, mesclando história, cultura e depoimentos pessoais com rigor científico. Em As flores do bem, Ribeiro apresenta um breve histórico da erva milenar e descreve como os feitos coletivos humanos conseguiram domesticar uma planta de incrível versatilidade, cuja história se confunde com a de nossa espécie. Fosse cânhamo para produtos navais na Europa e teares na China ou unguento medicinal na Índia e na África, a maconha sempre esteve presente na sociedade e evoluiu conosco, elevando a qualidade de vida da humanidade.
Na longa história de interação entre a Cannabis e o homem, as últimas décadas foram marcadas por um proibicionismo de motivações políticas em que o racismo e o conservadorismo têm papel central, mas o avanço da ciência aponta para um novo capítulo. Depois de inúmeros estudos e descobertas relativas ao tratamento da epilepsia, o uso medicinal da maconha já não é mais questionado pela ciência. E ainda há muito a se descobrir sobre as potencialidades da erva: ansiedade, depressão, Parkinson e Alzheimer são algumas das doenças que podem ser curadas ou mitigadas com a Cannabis.
“Para além de todos os riscos reais ou percebidos do consumo de maconha, é preciso discutir o maior de todos os perigos causados pelo amor às flores: o fato de serem proibidas, o que cria riscos não apenas para os usuários, mas para todas as pessoas ao seu redor.” — Sidarta Ribeiro
Por isso, é preciso conhecê-la ainda mais, sempre com a consciência de que tudo em excesso faz mal, e que, como toda droga, essa também tem seus grupos de risco. Indicada principalmente para pessoas adultas e idosas, a erva vai além das múltiplas prescrições medicinais, podendo contribuir para a qualidade de vida também pelo uso recreativo. Poderosa aliada da criatividade e da ampliação dos sentidos, a maconha também pode ajudar no esporte, no sexo e até nos estudos e no trabalho.
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As flores do bem não é, portanto, apenas um livro de divulgação científica: é a contribuição de um dos maiores cientistas brasileiros para um debate urgente, na forma de um libelo que busca romper preconceitos e abrir o diálogo. Com franqueza e humanidade, Ribeiro mostra como a maconha mudou os rumos de sua história familiar e de sua trajetória profissional e religiosa. E mesmo que seja uma exposição entusiasmada da Cannabis, o autor não deixa de mencionar que nem tudo são flores. A guerra às drogas, a legislação inadequada, os preconceitos racial e moral são discutidos de modo certeiro, lembrando que por mais florescente que seja o futuro, é preciso reparar as injustiças cometidas até agora.
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Sobre o autor:
Sidarta Ribeiro é neurocientista e biólogo, pós-doutor em neurofisiologia pela Universidade Duke, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e membro do grupo de pesquisa de saúde mental do CEE Fiocruz. É capoeirista do grupo Capoeira Brasil e discípulo de mestre Caxias e Paulinho Sabiá. Publicou, entre outros, O oráculo da noite (Companhia das Letras, 2019) e Sonho manifesto: dez exercícios urgentes de otimismo apocalíptico (Companhia das Letras, 2022).
Ficha Técnica:
Título: As flores do bem: a ciência e a história da libertação da maconha
Autor: Sidarta Ribeiro
Capa: Alles Blau
Imagem de capa: Ani Ganzala Lorde
Formato: 13,5 x 20 cm
Número de páginas: 184 pp
Preço: R$ 59,90
ISBN: 978-65-84568-85-3
Preço e-book: R$ 49,90
ISBN e-book: 978-65-84568-60-0
Data de livraria: 07/11/2023
Editora: Fósforo