Você gosta dos livros de Caio Fernando Abreu? Então segure-se na cadeira porque vem aí uma incrível notícia para a literatura brasileira! Um texto inédito de Caio Fernando Abreu foi descoberto por sua irmã, Márcia de Abreu Jacinto, e entregue à agente Lucia Riff, que fica responsável pelo espólio do autor.
Sem nome, o poema escrito em junho de 1989 revela Caio F. em um momento de leveza diante da vida. Segundo se sabe, ele estava hospedado numa fazenda no Rio Grande do Sul, para onde tinha ido de São Paulo para conhecer sua sobrinha, Laura, que acabara de nascer.
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“No meio do silêncio e do verde, a presença de Deus fica mais clara. Essa luz ilumina os porões da mente, desfaz o mofo, espanta os fantasmas. Com cuidado, chamo a isso de ‘felicidade’. Ela pousa, muito leve, no telhado desta casa”.
Belíssimo, né?
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Caio Fernando Abreu tinha 34 anos quando publicou a obra que se tornaria a mais importante de sua carreira como escritor. “Morangos Mofados”, lançado em 1982, reúne contos que expressam, com habilidade e sensibilidade, as angústias, as dores e as delícias de viver.
Assim como outras obras do autor, esta é carregada de um tom confessional. E é isso faz com que quem lê se conecte com aquilo que está escrito de uma forma intensa, rara. Os 18 contos do livro abordam diferentes temas que, em comum, têm a força disruptiva do texto de Caio F.
Dividido em O Mofo e Os Morangos, sendo finalizado com um conto que dá nome à obra, o livro aborda temáticas como a ditadura militar e o cerceamento da liberdade de forma geral.
Caio se debruça sobre a experiência LGBT e escreve tão bela quanto dolorosamente sobre as imposições sociais sobre sexo e gênero. Mas não deixa de fora – pelo contrário – os esforços daqueles e daquelas que resistem a essas violências.
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