Esta é uma das histórias mais curiosas e divertidas da literatura brasileira. Para quem não conhece, Millôr Fernandes (1923-2012) foi um desenhista, humorista, tradutor, escritor e dramaturgo brasileiro. Era um artista com múltiplas funções, inclusive tendo traduzido grande parte da obra de Shakespeare (o melhor que o fez, em nossa visão), mantendo o que há de clássicos, mas renovando os arcaísmos. Além disso, escreveu colunas de humor para as revistas O Cruzeiro e Veja, para o tabloide O Pasquim, e para o Jornal do Brasil.
Ele nasceu no bairro do Méier, no Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto de 1923. Era filho do engenheiro Francisco Fernandes um imigrante espanhol, e de Maria Viola Fernandes. Deveria ter um outro nome, mas a caligrafia do tabelião acabou gerando um engano.
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Por que Millôr Fernandes?
O escritor, humorista e desenhista Millôr Fernandes, que completa 100 anos em 2023, deve seu nome ao acaso (ou ao desleixo de um profissional?). Bom, a história conta que, aos 17 anos, o menino que até então se chamava e era chamado de Milton por todos os amigos e família, descobriu que em seus documentos havia uma curiosidade: o seu nome “oficial” era MILLÔR. Mas como assim?
O corte mal encaixado no T criou um circunflexo no O. De Milton, o nome ficava Miltôn, porém, como o traço estava fora de lugar, a verticalidade do traço ficou parecendo um segundo L. Além disso, uma grafia um pouco diferente do N deixou aparecer um R.
Assim, Milton Fernandes virou Millôr Fernandes, o nosso eterno Millôr.