O indígena Ailton Krenak é o mais novo integrante da Academia Mineira de Letras (AML). Com a votação que ocorreu em junho de 2022, ele passou a ocupar a cadeira de número 24.
Krenak é líder ativista, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro. É também Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela Universidade de Brasília (UnB).
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A trajetória do ativista tem início a partir da década de 1980 quando passou a dedicar-se ao movimento indígena. Logo após, fundou a organização não governamental Núcleo de Cultura Indígena. Ele é lembrado até hoje como um símbolo de luta pela sua participação na Assembleia Constituinte em 1987. Esse fato alcançou repercussão quando pintou o rosto com jenipapo ao discursar no plenário. Posteriormente, participou de diversos organizações e movimentos em prol da causa indígena. Atualmente, é um importante nome da divulgação da cultura dos povos originários participando de vídeos, palestras e documentários. Em 2020, recebeu o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano concedido pela União Brasileira dos Escritores (UBE). “Ideias para adiar o fim do mundo”, “A vida não é útil” e “O amanhã não está à venda” são alguns dos seus livros publicados. Sua obra foi traduzida para mais de 13 países.
Para o presidente da instituição e demais membros, esse momento histórico é inédito, pois é a primeira vez que um indígena ocupa uma cadeira em uma Academia de Letras. Já Krenak espera não ser o único representante dos povos originários. “É uma alegria e eu espero que eu não seja o único nas narrativas indígenas, entre tantas pessoas, que merecem esse reconhecimento a ponto de não ser mais excepcionalidade”, disse o líder indígena.