Eliane Lima dos Santos, conhecida como Eliane Potiguara, recebeu no final do ano passado o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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Eliane Potiguara é graduada em Letras e licenciada em Educação pela UFRJ. É considerada a primeira escritora indígena do Brasil, além de ser professora e poeta. Seu poema Identidade Indígena é um marco da escrita indígena e referência para a poesia brasileira contemporânea. Segundo a professora Beatriz Resende, da Faculdade de Letras da UFRJ, é a partir de 1990 que a literatura indígena brasileira passou a integrar publicamente o universo editorial.
Ela também é fundadora do Grupo Mulher-Educação Indígena (Grumin) e cofundadora do Enlace Continental de Mujeres Indígenas de las Americas (Ecmia). Atuou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Indígenas, na ONU, em Genebra, em decorrência do seu protagonismo na luta dos povos indígenas. Participou de diversos eventos, comitês e fóruns nacionais e internacionais.
O reconhecimento é motivado por trazer para a literatura brasileira a experiência e a cultura indígena, a ancestralidade e o ativismo. Além disso, é uma das representantes das reivindicações dos povos indígenas em instâncias nacionais e internacionais e dos direitos das mulheres na prática fundadora de um feminismo indígena.
Tem diversas obras publicadas como “A Terra é a Mãe do Índio“(1989), “Metade Cara, Metade Máscara“ (2004) e “Akajutibiró, Terra do Índio Potiguara” (1994), cartilha de alfabetização para adultos e crianças. Entre os livros de literatura infantojuvenil, estão “A cura da Terra” (2015) “O Coco que Guardava a Noite” (2004) e “O Pássaro Encantado” (2014).