“Cerca Viva”: peça aborda os dilema de uma mulher presa ao casamento numa sociedade conservadora

Com direção de Cesar Augusto e dramaturgia de Rafael Souza-Ribeiro, “Cerca Viva” aborda os dilemas e frustrações de uma jovem mulher presa na rotina do casamento e propõe reflexões sobre o conservadorismo na sociedade

Com dramaturgia de Rafael Souza-Ribeiro e direção de Cesar Augusto, o espetáculo teatral “Cerca Viva” traz Camila Nhary e Gabriel Albuquerque no papel de um jovem casal que, na década de 1950, deixa a efervescência da capital para viver numa cidade rural em pleno processo de urbanização.

Postergando seus sonhos, ela abdica de uma promissora carreira para acompanhar o marido em um novo emprego na indústria. Em pouco tempo, com a rotina do casamento e o convívio com um casal de vizinhos mais velhos (Sávio Moll e Ângela Rebello), eles questionam o vazio de suas vidas ao tentarem construir a imagem da família tradicional perfeita.

A TRAMA

Mais do que apresentar a história de um casal em crise, a peça reflete sobre as agruras da mulher dentro do casamento, na maternidade e na realização profissional e elucubra sobre as pressões e os padrões estabelecidos por uma sociedade burguesa e patriarcal.

“O desejo de montar esse espetáculo veio do momento político e sociocultural que passamos no país. Eu percebo a volta de uma onda conservadora, dos chamados ‘valores morais’ que ditam os costumes da família tradicional brasileira. Um espelho do passado”, comenta a atriz Camila Nhary, idealizadora do projeto.

Em cena, Camila é Lúcia, uma mulher moderna, cosmopolita e de classe média, que vive com um marido amoroso, Luiz, em uma casa confortável. Ela teme repetir os passos da mãe, mas se vê sufocada e com sua identidade desintegrada com a cobrança de exercer um papel que nunca sonhou: o de esposa devotada e dona de casa. Em meio à efervescência política da Era Vargas, a pressão sobe ainda mais com a interferência do casal vizinhos, separados apenas por uma pujante cerca viva, que dá nome ao espetáculo.

Leia também: “Cucaracha e Theobalda: o Mundo Não será o Bastante”: peça se inspira na era da Disco Music e na palhaçaria

FICHA TÉCNICA

Elenco: Angela Rebello, Camila Nhary, Gabriel Albuquerque e Sávio Moll. 
Texto: Rafael Souza-Ribeiro. 
Direção: Cesar Augusto. 
Cenário: Elsa Romero e Luiz Henrique Sá.
 luminação: Ana Luzia Molinari de Simoni. 
Figurino: Bruno Perlatto. 
Assistente de figurino: Evelyn Cirne. 
Visagismo: Márcio Mello. 
Direção musical: Marcello H. 
Designer: Raquel Alvarenga. 
Fotografia: Luiz Henrique Sá. 
Operador de som: Rômulo Chindelar. 
Assessoria de imprensa: Catharina Rocha. 
Mídias sociais: Junior Dantas. 
Cenotécnica: Fátima de Souza. 
Produção executiva: Bárbara Montes Claros. 
Controller: Bloco Pi Produções. 
Assistente de produção: Andrea Claudia Bernardino e Marcus Liberato. 
Direção de produção: Damiana Inês. Idealização: Camila Nhary.

SERVIÇO

Teatro Arthur Azevedo – Campo Grande

Rua Vítor Alves, 454. Tel.: 2332-7516

Espetáculo: 1 e 2 de novembro (terça e quarta), às 19h

A programação de terça contará com intérprete de Libras e bate-papo após a apresentação

Workshop de teatro: 2/11 (quarta), das 14h às 18h

Ingressos: R$ 2

Centro Cultural da Fundação CSN – Volta Redonda

Rua Vinte e Um, 402 – Vila Santa Cecília. Tel.: 3343-3990

Espetáculo e bate-papo: 11 de novembro (sexta), às 19h,

A programação de sexta contará com intérprete de Libras

Workshop de teatro: 12/11 (sábado), das 10h às 14h

Entrada franca

Classificação: 12 anos. Duração: 60 min.

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