A escritora francesa Annie Ernaux ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2022. O anúncio foi feito pela Academia Sueca, em Estocolmo. O prêmio foi concedido “pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal.” Entre seus livros está “O Acontecimento”, em que relata um aborto clandestino que fez nos anos de 1960. Ela também escreveu “O Lugar” e “A Vergonha”.
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O NotaTerapia separou 10 curiosidades sobre a autora francesa Annie Ernaux. Confira:
1- Infância modesta
Annie Duchesne passou sua infância e juventude em Yvetot, na Normandia. Nascida em um ambiente social modesto, de pais inicialmente operários e depois pequenos comerciantes de um café, Annie Ernaux estudou na Universidade de Rouen-Normandie e Bordeaux.
2- Ela é professora de literatura moderna
Ela tornou-se professora de literatura moderna em 1971. Ela trabalhou por um tempo em um projeto de tese, inacabado, sobre Pierre de Marivaux. No início da década de 1970, lecionou no Colégio de Bonneville, antes de ingressar no Centro Nacional de Educação a Distância (CNED).[
3- Começou a carreira literária em 1974
Annie Ernaux entrou na literatura em 1974 com Les Armoires Vides, um romance autobiográfico.
4- Ganhou o primeiro prêmio em 1984
Em 1984, ganhou o Prêmio Renaudot por O Lugar, outra de suas obras autobiográficas.
5- Retratou o mundo do pós-guerra até o presente em Os Anos
Em 2008 e 2009, com sua obra Os anos, um vasto panorama que vai da época do pós-guerra até ao presente, publicado em 2008, recebeu vários prêmios. Nesse mesmo ano de 2008, ela recebeu o Prix de la langue française por todo o seu trabalho e pelo conjunto da obra.
6- Escreveu uma carta dirigida a irmã morta no nascimento
Em 2011, Annie Ernaux publica A Outra Filha, uma carta dirigida a sua irmã, que morreu antes de seu nascimento.
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7- Publicou os diários de pré-escrita com processo de criação.
Annie Ernaux mantém um diário de pré-escrita; uma espécie de livro de escavações, escrito ano após ano, que oferece uma rara incursão no “outro lado” da obra. Imerso no próprio coração do ato de escrever, o leitor torna-se testemunha do longo diálogo do autor consigo mesma: pensamento cortado a faca, ideias a granel, infinitivos em movimento; associações de palavras, pedaços de tempo e confidências. Para a reedição de Atelier noir, Annie Ernaux queria acrescentar novas páginas de seu diário de Mémoire de fille ao livro.
Em 2017, é laureada com o Prêmio Marguerite-Yourcenar, concedido pela Sociedade Civil de Autores Multimídia, por todo o seu trabalho.
8- Escrita sobre um aborto clandestino
Annie Ernaux, então uma estudante de 23 anos, engravida do namorado que acabara de conhecer. Sem poder contar com o apoio dele ou da própria família numa época em que o aborto era ilegal na França, ela vive praticamente sozinha o acontecimento que tenta destrinchar neste livro quarenta anos depois, quando já é uma das principais escritoras de seu país. Com a ajuda de entradas de seu diário e de memórias há muito guardadas, Ernaux reconstrói seu périplo solitário para realizar um aborto clandestino.
9- A chegada do Nobel
Em 2022, Annie Ernaux foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura por sua “coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”, tornando-se na primeira mulher francesa a ganhar Prêmio Nobel de Literatura. Ernaux também se tornou na sexagésima mulher a conquistar o Nobel, e a décima sétima a conquistar o Nobel de Literatura.
10 – Engajamento político
Na eleição de 2012, ela apoiou o candidato da Frente Esquerda, Jean Luc Melenchon porque “ele assume uma tradição comunista, mas não só, que não ouvimos mais”.
Em 30 de novembro de 2015, ela estava entre os signatários do Apelo dos 58: “Nós nos manifestaremos durante o estado de emergência”.
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