Professora de redação utiliza letra de funk para ensinar figuras de linguagem e cantor comemora

Uma professora usando funk dentro da sala de aula? Isso mesmo! Uma das formas de tornar a aula mais interessante é trazer temas relacionados ao dia a dia dos alunos. Uma dessas ideias criativas surgiu da professora Camilla Moraes, professora de redação e mestranda em Língua Portuguesa na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Enquanto ensinava figuras de linguagem para alunos do Ensino Médio em uma escola de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, utilizou como exemplo letras de músicas.

Para a figura de linguagem da gradação, a professora demonstrou com a letra do funk de Kevin O Chris: “Evoluiu”: “Evoluiu, ritmo agressivo, 150 fluiu”. Mas ela também compartilhou a foto do quadro no Instagram com a frase: “Quem disse que não tem língua portuguesa no funk?”. Kevin O Chris viu o post e assim compartilhou para os seus milhões de seguidores e comemorou “Braboo”.

Veja também: Funkeiros Cults: jovem da periferia de Manaus fala de clássicos da literatura em projeto de funk

Professora usa funk de Iza

Outro exemplo destacado por Camilla foi um verso de “Dona de mim“, de Iza, para dar um exemplo de hipérbole (exagero): “Já chorei mares e rios / Mas não me afogo não”.

Para a educadora, os exemplos são uma maneira atrativa para que os alunos não fiquem dispersos em assuntos relacionados à língua portuguesa. No entanto, ela ressalta que não pode ser qualquer música, mas aquelas que eles escutam.

Ela contou também que começou a selecionar funk, sertanejo e as músicas brasileiras mais escutadas para trabalhar outros conteúdos: “Comecei a dar os conteúdos de figura de linguagem, função sintática e essa ideia foi muito bem recebida por eles. Inclusive, a minha tese de mestrado pela UERJ está sendo baseada nisso”.

E você? O que acha de professor e professora usar letras de funk em suas salas de aula?

Fonte

Related posts

“Um dia, todos terão sido contrários a isso”: Ao receber o National Book Award 2025, Omar El Akkad faz contundente discurso contra genocídio em Gaza

Conceição Evaristo publica dissertação de mestrado inédita sobre literatura negra em que surgem esboços das “escrevivências”

Leci Brandão se torna a primeira mulher negra a receber o título de Doutora Honoris Causa pela UFSCar