‘Selvageríntimo’: Fernando Jaepelt mergulha na poesia selvagem e íntima

O que faz um poema ser Selvageríntimo é o que Fernando Jaepelt tenta mostrar em seu livro. Para ele, é fazer uma poesia, ao mesmo tempo, selvagem e íntima. O primeiro livro de Fernando Jaepelt, traz já em seu título esse estranhamento que vai aparecer em seus textos, selvagens e íntimos. “engulo estrelas fervendo/ passo dias vomitando luzes”. Os poemas estão divididos em seis partes — ou seis diferentes ângulos do abismo, como define o autor. É um livro sobre palavras que se unem e ficam mais estranhas, assim como as pessoas quando se unem.

Apresentação de Sevageríntimo, de Fernando Jaepelt pelo historiador Bruno Gaudêncio:

“Selvageríntimo é um destes livros iluminados que percorrem os trágicos delírios do cotidiano coletivo. O leitor de cara capta uma dicção potente e vibrante amparada em uma composição sintética, feita de cortes precisos e fragmentários.

“O poeta vai colecionando fissuras do seu mundo interior/exterior, expressadas através de densas camadas de significação.

Ele continua dizendo que:

“Fernando Jaepelt possui uma rica capacidade de compor e recompor palavras, presente inclusive no próprio título desta coletânea inaugural. Termos como aracnonírico, enlouquecéu, ilumilevam, entre outros tantas, acabam por ressignificar o seu método íntimo de interpretação do mundo.”

Este é o primeiro livro do autor (Instagram @caionopoema), que é natural de Pernambuco, cresceu em Santa Catarina e não sabe onde vai morrer.

Leia também: ‘Café in concert’, livro de Elton Jônathas, capta o movimento ininterrupto da poesia

Sobre o autor:

Leia um poema aqui:

transtorno melódico-depressivo

sábado à noite
baladas bares e avenidas
começam a entrar em erupção
ruídos ao vento desenham unicórnios
penetram meus fones de ouvido
Radiohead se quebra em alegrias alheias


sábado segundo Sinatra
a noite mais solitária da semana
concordo enquanto meu corpo
evapora em átomos dementes
estou em todos os cantos
sou o tremor de lábios derretidos
o suor saltando entre virilhas
o letreiro piscando sobre o motel
sou a língua esmagada pelo vazio
do instante em que as luzes se apagam.

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E aí, estão prontos para mergulhar no mundo Selvageríntimo de Fernando Jaepelt?

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