14 frases do livro “Encaixotando minha biblioteca” que todo amante de livro vai gostar!

“Encaixotando minha biblioteca”, de Alberto Manguel, é uma declaração de amor aos livros e à literatura.

Alberto Manguel é um escritor, ensaísta e tradutor argentino. Autor de inúmeros livros, ele publica agora, no Brasil, “Encaixotando minha biblioteca”, pela Companhia das Letras. Com o subtítulo “uma elegia e dez digressões”, o escritor dedica as páginas desse livro a nada mais, nada menos que ao livro.

O que o motiva a escrever essa obra é uma mudança, no ano de 2015, quando ele e o companheiro saem da França para Nova York, que o obriga a encaixotar os mais de 35 mil livros de sua biblioteca. O ato de encaixotá-los produz uma série de reflexões sobre os livros, a literatura e sua importância em sua vida.

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O livro é um deleite a todas e todos que, assim como Manguel, amam os livros. Sua genuína relação de amor com sua biblioteca é inspiradora, e é impossível não se conectar com as emoções e reflexões que os livros provocam em seus relatos.

O NotaTerapia selecionou 14 trechos do livro que mostram esse amor e que vai encantar todos os amantes da literatura. Confira:

Sei que minha história completa e verdadeira está lá, em alguma parte das estantes, e só preciso mesmo de tempo e sorte para encontrá-la. Nunca consigo. Minha história permanece elusiva porque nunca é definitiva.

(…) não tenho a impressão de estar lendo o livro, mas de ouvi-lo sendo lido em voz alta por alguém. Essa é uma das razões de nunca ter me sentido sozinho na minha biblioteca.

Desejo a materialidade das coisas verbais, a sólida presença do livro, seu formato, tamanho e textura.

O desencaixotamento de livros, talvez por ser eminentemente caótico, constitui um ato criativo e, como em todo ato desse gênero, os materiais empregados perdem no processo sua natureza individual: tornam-se parte de algo diferente, que os abarca e ao mesmo tempo os transforma.

Podemos descobrir o que os autores dizem sobre as circunstâncias que envolveram o ato de criação, que livros leram, quais eram os pormenores cotidianos da vida deles, o estado de saúde, a coloração de seus sonhos. Tudo, exceto o instante em que as palavras surgiram, luminosas e distintas, na mente do poeta, e que a mão começou a escrever.

Pode ser que os livros tenham essa qualidade calmante porque na verdade não os possuímos: os livros nos possuem.

Os livros sempre falaram por mim, e sempre me ensinaram muitas coisas bem antes que elas chegassem materialmente em minha vida.

As palavras são nossas únicas ferramentas para emprestar significado e recuperá-lo; e, ao mesmo tempo, que nos permitem compreender esse significado, elas nos mostram que ele está precisamente mais além do âmbito das palavras, fora dos limites da linguagem.

Na literatura, os sonhos servem com frequência para trazer o impossível para o tecido da vida cotidiana, como a névoa que penetra por uma fenda na parede.

Se os livros são nossos registros de experiência e as bibliotecas nossos depósitos de memórias, um dicionário é nosso talismã contra o esquecimento.

Toda literatura preserva alguma coisa que de outro modo morreria com a carne e os ossos do escritor.

É claro que a literatura pode não salvar ninguém da injustiça, das tentações da cobiça ou das desgraças do poder. Mas algo nela deve ser perigosamente eficaz, já que todo governo totalitário e todo alto funcionário ameaçado tentam eliminá-la queimando livros, proibindo livros, censurando livros, aplicando impostos sobre livros, limitando-se a fazer de conta que respeitam a causa da alfabetização, insinuando que a leitura é uma atividade elitista.

A descoberta da arte da leitura é íntima, obscura, secreta, quase impossível de descrever.

A felicidade proporcionada pela leitura, como qualquer felicidade, não pode ser forçada.

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