A BRAVA está organizando um dos cursos mais interessante sobre a literatura africana escrita por mulheres: Introdução à Literatura Africana Francófona: Mulheres em Foco. Segundo as organizadoras do curso, A Literatura Africana de expressão francesa, é um fenômeno um tanto quando recente, e nasce a partir do contato direto com a colonização. As primeiras publicações datam do início do século XX, mais precisamente nos anos 1930/1940, quando ganham maior relevância. O surgimento dessa literatura está diretamente ligada à intensificação das ações coloniais, que passaram a explorar os interiores do território africano, sobretudo após o aparecimento de novas tecnologias nas áreas do transporte e comunicação.
Mas, e quanto às mulheres? Onde elas estavam/estão?
Geralmente são esquecidas. Quando são lembradas por algum crítico, ficam relegadas a uma ou duas páginas, como em “Littérature Nègre”, de Jacque Chevrier – um dos títulos-referência no quesito Literatura Africana de expressão francesa. “Curiosamente”, nomes como Mariama Bâ, Aminata Sow Fall, Awa Thiam etc. – algumas delas contemporâneas desses escritores -, raramente aparecem quando estes e suas respectivas obras são mencionados. Pesando nisso, este curso propõe inverter a ordem estabelecida, ministrando uma introdução da Literatura Africana Francófona, a partir da experiência, da escrita e da atuação feminina negro-africana, mais especificamente de autoras senegalesas.
Esse curso vem para invertermos essa ordem. Um curso de Introdução à Literatura Negra Francófona que não parte dos escritos feitos por homens e que joga o foco sobre as mulheres, mais especificamente de autoras senegalesas.
São 4 encontros, facilitados por Dayane Teixeira, pós-graduanda em história e cultura afro-brasileira, via Instituto Nacional de Ensino e pesquisadora independente de Literatura Africana e Indígena brasileira.
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Confira as autoras que serão analisadas:
Awa Thiam – La parole aux négresses (A palavra às mulheres negras)
Nasceu no Senegal em 1950, além de escritora, atua também como antropóloga e ativista. É autora do livro “La parole aux négresses” (A palavra às mulheres negras), considerado o primeiro texto africano escrito por uma mulher, que denuncia práticas como poligamia, casamento precoce, dote, mutilação genital feminina etc.
Aminata Sow Fall – La grève des bàttus (A greve dos abatidos)
Aminata Sow Fall, nasceu em Saint Louis, Senegal, em 1941. É considerada a primeira romancista mulher publicada na África negra. O livro “La grève des bàttus” (A greve dos abatidos), é uma crítica aberta a sociedade senegalesa em relação às pessoas em situação de rua, principalmente, ao governo, que trata todos como dejetos humanos, que emporcalham as ruas e sujam a imagem da cidade.
Marima Bâ – Une si longue lettre (Uma carta tão longa)
Nascida em Dakar, Senegal, em 1929, Marima teve uma trajetória marcada por sua atuação em prol dos direitos das mulheres. Criticou as desigualdades entre homens e mulheres no âmbito da tradição africana. Foi fundadora e presidente do “Cercle Fémina” e foi membro da Federação das Associações de Mulheres no Senegal. Seu livro “Une si longue letter” (Uma carta tão longa), primeiro romance de Mariama Bâ, trata da condição das mulheres nas sociedades da África Ocidental. Foi escrito num formato um tanto quanto curioso, pois parece de fato, assim como aponta o título, uma longa carta.
Fatou Diome – O Ventre do Atlântico
Fatou Diome, nasceu em Niodor, Senegal, em 1968. É autora de livros como “La Préférence nationale” (A preferência nacional”, “Celles qui attendent” (As que esperam), “Le Ventre de l’Atlantique” (O Ventre do Atlântico), entre outros. Em “O Ventre do Atlântico”, romance publicado pela @editoramale
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