Fotógrafo é ameaçado de morte após publicar imagens das queimadas na Amazônia nas redes sociais

Edmar Barros, fotojornalista, estava a trabalho para a revista eletrônica Amazônia Latitude, a organização norueguesa Rainforest Foudation e a agência Futura Press, junto com seu colega Sandro Pereira, também fotojornalista. Eles passaram dez dias registrando queimadas e desmatamentos, entre os dias 9 e 19 de agosto de 2021, na região do Amazonas. Enfrentaram estradas estreitas, pouca visibilidade, muita fumaça e poeira, e, em alguns casos, tiveram que usar máscara de gás para tentar amenizar a quantidade de fumaça que inalavam. Mesmo estando acostumado a passar por tensões durante o desempenho do trabalho ao cobrir temas como desmatamento, grilagem e queimadas, dessa vez a situação foi diferente.


Após a publicação de registros impactantes das queimadas no município de Lábrea, sul do Amazonas, no seu perfil do Instagram, ele recebeu uma ameaça de morte, via WhatsApp, de um número desconhecido, caso persistisse em denunciar às derrubadas: “você vai queimar junto na queimada” e “vai virar churrasquinho”, estavam entre as frases da mensagem.

Sabe-se que esse período tem o maior registro de focos ilegais de incêndios na região. Conforme Programa Queimadas do Inpe, entre janeiro e agosto de 2021, foram identificados 2.129 focos de incêndio no município. Só em junho foram derrubadas 143km² de floresta e Lábrea lidera o topo da lista. Edmar e Sandro fotografaram também a devastação e a destruição nas cidades de Manicoré, Tapauá e Humaitá.

Após receber a ameaça, Edmar, que já estava em Manaus, registrou um boletim de ocorrência. Indignado com a situação, no dia seguinte, declarou em sua conta no Instagram que se tivesse medo de ameaças, jamais teria escolhido o fotojornalismo como profissão.


O fotografo também comunicou à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que coordena um programa para situações como essas de risco à integridade física e de violência a jornalistas. O objetivo é que os órgãos de segurança do Estado garantam a investigação, bem como auxiliem na segurança para o trabalho dos profissionais no Amazonas.
Confira a reportagem e a cobertura de Edmar Barros sobre as queimadas na região, publicada no site da revista Amazônia Latitude: A Amazônia (ainda) queima

Fontes:
Planeta
Uol

Related posts

Aos 106 anos, autor é um dos finalistas do Prêmio Jabuti na categoria “escritor estreante de poesia”.

Caetano Veloso faz relato emocionante após assistir ao filme “Ainda Estou Aqui”

Aos 87 anos, Marina Colasanti é eleita Personalidade Literária de 2024 pelo Prêmio Jabuti