De Goethe a Kafka: 5 romances epistolares que você precisa conhecer!

Você já leu um romance no formato de cartas? Existe algo de íntimo nas cartas que faz com que grandes histórias se tornem ainda mais impactantes. É como se pudéssemos acessar um modo de narrar o mundo muito particular, que nenhuma outra linguagem é capaz de captar ou expressar.

Veja nosso papo sobre o assunto:

O NotaTerapia separou 5 romances epistolares que você precisa conhecer!

Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe

Visitando uma idílica vila alemã, Werther conhece e se apaixona pela doce Charlotte. Embora saiba que ela vai se casar com outro, ele é incapaz de subjugar sua paixão, que o atormenta ao ponto do desespero. A exploração de Goethe da mente de um artista em conflito com a sociedade e mal equipado para lidar com a vida é uma das mais pungentes narrativas romanescas da tragédia humana.
Comovente e intimista, Os sofrimentos do jovem Werther continua atual. Sem renunciar a uma escrita fluida, Goethe traz para o centro do romance o eterno conflito entre homem e mundo, fazendo deste livro um dos maiores clássicos da literatura mundial.

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Querida Kitty, Anne Frank

Em 1942, com a crescente perseguição aos judeus na Holanda ocupada pelos alemães, Anne Frank se escondeu com a família e alguns agregados em uma casa nos fundos do prédio onde funcionava a empresa do seu pai. Por dois anos o grupo conseguiu escapar do cerco nazista e, nesse período, Anne registrou sua vida no esconderijo em um diário hoje mundialmente conhecido.
Mas ela tinha um grande desejo: publicar um romance sobre essa experiência quando a guerra terminasse. Como trabalho preparatório para esse projeto, ela reelaborou minuciosamente seu diário. As cartas à amiga imaginária Kitty, apresentadas agora pela primeira vez como uma publicação em separado, dão prova do talento literário da jovem autora. Com grande sensibilidade e fino senso de humor, ela relata à sua amiga o cotidiano da vida na casa, as relações entre seus moradores e o clima de terror que aumentava progressivamente com a escalada da guerra.
Mais de setenta anos depois, e pela primeira vez em português (em tradução direta do holandês), o desejo de Anne Frank se concretiza com a publicação do romance epistolar que idealizou e escreveu a partir das páginas do seu caderno.

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Gente pobre, de Fiódor Dostoiévski

Romance de estreia de Dostoiévski, Gente pobre, publicado em 1846, foi imediatamente aclamado pelo público, fazendo de seu autor, praticamente da noite para o dia, um escritor consagrado. Por meio da troca de cartas entre um funcionário menor de uma repartição pública de Petersburgo e sua vizinha, uma jovem órfã injustiçada, o autor de Crime e castigo explora a fundo as variações de tom e tratamento, de saltos e encadeamentos na ação, para criar um texto comovente e, no dizer de Boris Schnaiderman, “marcado pela consciência da injustiça social”.

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As relações Perigosas, de Choderlos de Laclos

Durante alguns meses, um grupo peculiar da nobreza francesa troca cartas secretamente. No centro da intriga está o libertino visconde de Valmont, que tenta conquistar a presidenta de Tourvel, e a dissimulada marquesa de Merteuil, suposta confidente da jovem Cécile, a quem ela tenta convencer a se entregar a outro homem antes de se casar. Lançado com grande sucesso na época, As relações perigosas teve vinte edições esgotadas apenas no primeiro ano de sua publicação. O livro ficou ainda mais popular depois de várias adaptações para o cinema, protagonizadas por estrelas hollywoodianas como Jeanne Moreau, Glenn Close e John Malkovich. E também boa parte do sucesso do romance deve-se ao fato de a história explorar com muita inteligência os caminhos obscuros do desejo.

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Carta ao Pai, Frank Kafka

Entre os dias 10 e 19 de novembro de 1919, Franz Kafka, insatisfeito com a fria recepção paterna diante do anúncio de seu noivado com Julie Wohryzek, escreveu ao pai, o comerciante judeu Hermann Kafka, uma longa carta – mais de cem páginas manuscritas. Kafka tinha 36 anos, uma vida pessoal acanhada – nunca se casara ou constituíra família -, uma carreira mediana de funcionário burocrático e uma ambição literária ainda longe de estar realizada. Na carta, que nunca foi enviada ao destinatário original, Kafka põe a nu toda a sua mágoa em relação ao pai autoritário, que ele chama, alternadamente, de ‘tirano’, de ‘regente’, de ‘rei’ e de ‘Deus’.

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