Proibido de destruir obras, Sérgio Camargo vai criar ‘Museu da Vergonha’ para livros “desviantes”

A tentativa de perseguição aos livros não acaba nunca na Fundação Palmares. Após querer excluir metade do acervo, agora Sergio Camargo anuncia que vai fazer um ‘acervo da vergonha’. Ele continua em uma cruzada sem sentido contra livros e, após ser proibido de excluir diversas obras da Fundação Palmares, ele decidiu criar um ‘acervo da vergonha’ para colocar essas obras. Ele anunciou em suas redes a criação de um “Museu da Vergonha” na instituição, com obras que considera “vergonhosas e desviantes”.

“Não quero mais que livros marxistas e bandidólatras sejam doados, embora nada tenham a ver com nossa missão (cultura). Para montar o Museu da Vergonha, na nova sede da instituição, precisarei dos livros vergonhosos e desviantes. Eles são o legado do passado sombrio da Palmares”, escreveu Sérgio.

Segundo matéria da Isto É, a decisão de criar um “Museu da Vergonha” ocorreu após o presidente da Fundação Cultural Palmares ser impedido de doar mais de 300 livros do acervo da instituição por meio de uma liminar judicial. Entre as obras que Carmargo tentou excluir do acervo estão livros de autores como Aldo Rebelo, Antonio Gramsci, Caio Prado Jr., Celso Furtado, Eric Hobsbawm, Karl Marx, Max Weber, Marilena Chauí e outros.

Entenda o caso

Em junho, Sérgio Camargo anunciou que iria excluir metade do acervo da Fundação. A alegação era que as obras são pautadas pela ‘sexualização de crianças’, ‘bandidolatria’ e ‘material de estudo das revoluções marxistas’. Além disso, ele afirmou que apenas 5% dos 9 mil títulos de seu acervo ‘cumprem a missão institucional’ do órgão.

O documento afirma, de maneira absurda, que o acervo da fundação conta com 9.565 títulos, dos quais 46% são de temática negra, enquanto 54% são de temática alheia à negra. Segundo informações do Jornal O Globo, o relatório tem74 páginas e foi elaborado pela equipe de Marco Frenette, ex-assessor de Roberto Alvim, demitido do governo por apologia ao nazismo, que em março foi nomeado coordenador-chefe do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra.

Com informações da Isto É

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