Danilo Bifone, formado em Direito e servidor público, percebeu que onde morava, na região da zona leste, pouco disponibilizava espaços com áreas verdes ou calçadas arborizadas. Como um hobby, criou o projeto Muda Mooca, com objetivo de arborizar o bairro de São Paulo. Há mais de 30 anos, quebra calçadas e planta mudas de árvores com o intuito de revitalizar a área urbana e melhorar a qualidade do ar. Com o auxilio de colaboradores, já foram plantadas mais de 20 mil árvores.
Aos finais de semana, carrega materiais e instrumentos necessários no seu fusca para praticar a atividade e colaborar com o meio ambiente. Além disso, conhece as espécies que plantou e aponta os benefícios proporcionados: “A árvore altera o microclima local. Na cidade de São Paulo há diferença de até dez graus entre regiões mais e menos arborizadas. É possível notar essa diferença comparando as temperaturas da Avenida Paulista e do Tremembé, por exemplo”, ressalta Bifone em entrevista.
Para isso, ele segue os protocolos de saúde e também o manual técnico de arborização urbana, criado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, seguindo as especificações determinadas. As especificações consistem, por exemplo, em manter a distância mínima da largura da calçada para que não atrapalhe a passagem de pedestres, seguir os critérios para abrir o espaço que vai plantar e utilizar espécies permitidas para o plantio na cidade. Mesmo sem ter impedimento legal, ele pede autorização do morador da casa e dos vizinhos como forma de respeito para exercer essa tarefa, diferentemente de quando era mais novo que fazia essa atividade à noite com receio de ser reprimido. A iniciativa Muda Mooca teve excelente recepção e inspirou moradores de outras regiões que também criaram o Muda Vila Leopoldina, Muda Ipiranga, Muda São Caetano e Muda Santo André.
“O Muda vem não só das mudas que a gente planta, mas de uma mudança de paradigma, uma mudança de pensamento em ter uma cidade sustentável, saudável, com um ar que todos possam respirar. Uma cidade que todos vão poder se orgulhar em chamar de nossa.”
Fontes:
Sustentabilidade
Terra
SP