Por uma correspondência inusitada, a personagem Lia descobre um passado oculto de sua avó
Com a descoberta de uma correspondência inusitada, a personagem Lia descobre um passado oculto de sua avó. O que poderia ser apenas a revelação de um segredo acaba por engendrar uma análise interessante da História. O livro Como samba-canção retrata outro Rio de Janeiro, de um outro tempo, a saudade de algo que não vivemos. Trata-se de um romance leve, divertido, mas, ao mesmo tempo, profundo, quando traz à tona nossa própria relação com o tempo.
Adriana Tourinho consegue trazer à memória um tempo que não viveu, mas que parece de algum modo vivo nela. Como se a história contada pelo amigo da avó de Lia, Rui, ainda estivesse viva. O escritor norte-americano Philip Roth uma vez escreveu que nada dura, mas nada passa também. E nada passa justamente porque nada dura. Esse tempo pretérito narrado deliciosamente por Rui não passou, continua de voz em voz, de lembrança em lembrança, até alcançar ouvido de Lia e a caneta de Adriana Tourinho, uma escritora e historiadora de mão cheia.
Ao ler o romance, me vem curiosamente a imagem de Jano, a figura mitológica que possui uma face dupla, que olha tanto para o passado quando para o futuro. Como se a autora me avisasse: difícil seguir adiante sem olhar para o passado.
Para quem quiser conhecer mais, o livro está a venda no site da editora Transversal aqui!
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