Num local remoto da Floresta Amazônica colombiana, um dos maiores acervos de arte rupestre do mundo acabou de se tornar conhecido no mundo inteiro.
A coleção, que já recebeu o título de ‘Capela Sistina’ dos tempos antigos, conta com dezenas de milhares de pinturas de animais e humanos feitas pelo menos 12.500 anos atrás, em penhascos que se estendem por quase 13 quilômetros na cordilheira Serranía La Lindosa. Tal data foi estipulada com base nos animais representados, como mastodontes (animais pré-históricos, da família dos mamutes), paleolamas (camelídios extintos), ancestrais dos cavalos e preguiças-gigantes, espécies da Era do Gelo.
Provavelmente, esses animais foram vistos e pintados pelos primeiros humanos a chegarem na Amazônia.
Apesar de não ser uma descoberta, haja vista que pesquisadores colombianos e comunidades indígenas exploram e estudam a área há milênios, o sítio arqueológico de Serranía La Lindosa foi tornado conhecido pelo grande público devido ao documentário britânico Jungle Mystery: Lost Kingdoms of the Amazon, conduzido pela arqueóloga Ella Al-Shamahi.
A investigação foi viabilizada após o tratado de paz de 2016 entre as FARC e o governo colombiano. A pesquisa foi realizada por Gaspar Morcote-Ríos, da Universidade Nacional da Colômbia, Francisco Javier Aceituno, da Universidade de Antioquia, José Iriarte e Mark Robinson da Universidade de Exeter e Jeison L. Chaparro-Cárdenas da Universidade Nacional da Colômbia.
O Dr. Robinson disse em um comunicado: “Estas são imagens realmente incríveis, produzidas pelas primeiras pessoas a viverem na Amazônia Ocidental. Eles se mudaram para a região em um momento de mudanças climáticas extremas, que estavam causando mudanças na vegetação e na composição. A Amazônia ainda estava se transformando na floresta tropical que conhecemos hoje. “As pinturas dão um vislumbre vívido e emocionante da vida dessas comunidades. É incrível para nós hoje pensar que elas viviam e caçavam herbívoros gigantes, alguns do tamanho de um carro pequeno”, acrescentou.
A Colômbia também abriga o Parque Nacional do Chiribique (considerada patrimônio mundial pela UNESCO em 2018), com quem divide o título de ‘Capela Sistina’.
Fonte: Colossal