Sergi Cadenas é um artista catalão que é um verdadeiro mestre na ilusão de ótica. Ou, mais especificamente, da arte cinética. Suas peças incríveis mudam conforme você anda de um lado para o outro, revelando um outro retrato de maneira gradual. Não bastasse o trabalho belíssimo de cada retrato em si, a ilusão de ótica permite conhecermos uma evolução cuidadosa do primeiro retrato. Se nos posicionamos no meio da obra, é possível ver ainda um retrato “intermediário”, como no exemplo a seguir.
O artista costuma trabalhar com o envelhecimento dos retratos, mas também explora duas personalidades completamente diferentes. Na seguinte peça, vemos Marilyn Monroe se transformar em Albert Einstein.
Mas como ele faz isso?
Sergi Cadenas trabalha com a arte cinética, uma corrente das artes plásticas que explora o movimento na obra, dando-lhe um dinamismo. Para isso, os artistas que trabalham com esse conceito desde 1955 se aproveitam principalmente da ilusão de ótica.
No caso de Cadenas, suas peças são construídas a partir de tiras verticais rígidas para produzir essa transformação gradual. O artista pinta, com tinta a óleo, uma pessoa diferente em cada lado das tiras, e, ao caminhar de um extremo ao outro, vemos sua evolução.
Como cada peça traz uma dualidade, abre margem para muitas interpretações. O que a associação entre Marilyn Monroe e Albert Einstein pode fazer refletir? Por outro lado, as obras que trazem a passagem da infância para a velhice trazem a beleza singular do ciclo da vida.
Cadenas dá continuidade à empresa familiar ligada ao trabalho com fundição, a“Ferros d’Art Cadenas”, localizada em Girona, e que existe há quase três séculos. Começou a trabalhar com fundição aos 15 anos, estudou design e ferragens artísticas no “Gremi de Serrallers”, em Barcelona, mas o trabalho com a pintura a óleo e o desenho foi feito de maneira autodidata.
Neste vídeo do canal Art Insider, é possível ver algumas de suas obras:
E aqui há alguns registros desse trabalho fantástico: