O trabalho de Agnieszka Nienartowicz é repleto de camadas de referência e significação: à primeira vista, parece que estamos observando belas fotografias de mulheres tatuadas; depois, percebe-se que elas vestem no corpo pinturas de grandes mestres das Artes; por fim, a constatação é de que estávamos vendo uma pintura à óleo hiperrealista desde o princípio.
Cada mulher retratada por Nienartowicz é uma fusão entre a contemporaneidade e a tradição da arte, do pequeno detalhe ao seu conceito maior. Como imigrante polonesa nos Estados Unidos, ela afirma que a opção por retratar tatuagens cultiva relação com sua ancestralidade:
“Eu acho que existe uma tristeza em mim que foi transmitida pelo sangue das gerações passadas, que experienciaram o sofrimento. Muitos de nós, poloneses, são — muitas vezes sem saber disso — profundamente machucados pela história mais dura; há estigmas de sonhos não realizados, traços cirúrgicos de almas doloridas, desfigurações depois de escolhas difíceis, e feridas de acontecimentos trágicos. Essas cicatrizes são as tatuagens da sobrevivência“, afirmou a artista ao site My Modern Met.
“Lost Hope” (a partir de Guido Reni)
“The Great Wave” (a partir de Hokusai Katsushika)
“What You Really Want” (a partir de Sandro Botticelli)
“Medusa” (a partir de Caravaggio)
“Hunting” (a partir de Paolo Uccello)
“Girl with the Tattoo” (a partir de Rogier van der Weyden)
“Hunter” (a partir de John James Audubon)
“Melancholy” (a partir de Arcimboldo)
“Girl in White” (triptych) (a partir de Hans Memling)
Páginas oficiais de Agnieszka Nienartowicz:
Imagens: My Modern Met