As 10 melhores frases de A Invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares

“Não me parece impreciso ou hiperbólico qualifica-la de perfeita.”
Jorge Luis Borges, sobre a Invenção de Morel

A Invenção de Morel conta a história de um sujeito que, após ter a condenação de prisão perpétua, fugiu para uma ilha deserta que possuía a fama de conter uma praga que matava toda as pessoas em poucos dias. Uma vez lá, ele precisa enfrentar a solidão e todas as tarefas diárias de sobrevivência. No entanto, de um dia para o outro, ele começa a ver uma série de pessoas andando pela igreja, pelo museu e pelos arredores da ilha e tenta, sem sucesso, manter contato ou interagir com ela. Sua mente entra em parafuso: Ele está ficando louco? Será tudo aquilo uma ilusão? Será que ele ainda está vivo? É quando ele entra em contato com uma estranha máquina: a Invenção de Morel.

O NotaTerapia separou 10 as melhores frases da obra. Confira:

Devo reconhecer que agora há uma tendência geral a admirar-se com a magia do passado imediato.

Creio que perdemos a imortalidade porque a resistência à morte não evoluiu; seus aperfeiçoamentos insistem na primeira ideia, rudimentar: manter vivo o corpo inteiro. Só se deveria buscar a conservação daquilo que interessa à consciência.

Não espero nada. Isto não é horrível. Depois de tomar essa decisão, ganhei tranquilidade. Mas essa mulher me deu uma esperança. Devo temer as esperanças.

Não acredito que eu tenha insultado a mulher, mas talvez fosse oportuno desagravá-la. O que um homem faz em ocasiões como essa? Manda flores. É um projeto ridículo…mas a pieguice, quando humilde, tem grande império sobre o coração.

O esforço indispensável para me suicidar era supérfluo, já que, desaparecida Faustine, não me restava nem sequer a anacrônica satisfação da morte.

Por aquele corpo interminável, por aquelas pernas longas demais, por aquela tola sensualidade, eu arriscava a calma, o Universo, as lembranças, a ansiedade tão vívida, a riqueza de conhecer os hábitos das marés e mais de uma raiz inofensiva.

Nossos hábitos pressupõe uma maneira de as coisas acontecerem, uma vaga coerência do mundo. Agora a realidade se me apresenta alterada, irreal. Quando um homem desperta ou morre, demora a se desvencilhar dos terrores do sonhos, das preocupações e das manias da vida. Agora custarei a me livrar do hábito de temer essa gente.

É difícil aceitar um sistema de reprodução da vida tão mecânico e artificial? Recordem que, aos nossos olhos incapazes de ver os movimentos do prestidigitador, eles se transformam em mágica.

Não percebem um paralelismo entre o destino dos homens e o das imagens?

Pode-se pensar que nossa vida é como uma semana dessas imagens e que volta a se repetir em mundos contíguos.

Edição: Biblioteca Azul, 2016

 

Related posts

Novela de Thomas Mann: o fascismo é capaz de hipnotizar?

8 curiosidades sobre o escritor Eduardo Galeano

Ambição, Poder e Destino: Anakin Skywalker, o Macbeth de Star Wars?