“Pensamentos livres” foi escrito dentro de uma prisão no Rio de Janeiro por Thiago Castilho. Conheci o Thiago quando, junto com outras pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, estive em uma unidade para realizar uma oficina como parte de um projeto chamado Projeto Vida, cujo objetivo é discutir Saúde e Cidadania com presos e presas do estado do Rio de Janeiro.
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Ele procurava alguém que o ajudasse a publicar seu livro, que trazia reflexões e pensamentos dele sobre a vida fora e dentro da prisão. Os textos abordam temas como o cotidiano na prisão, as expectativas para quando ele sair, a vida difícil que teve antes de ser preso, além de reflexões sobre o sistema prisional, a política e a importância de sonhar. Além desta obra, Thiago também escreveu uma autobiografia e sonha em realizar um documentário escrito sobre o cotidiano prisional, além de buscar chamar a atenção para a importância de iniciativas que tragam não somente o acesso à arte e à cultura para dentro da prisão – como seus pedidos pela criação de uma biblioteca dentro da unidade – como, também, identifiquem e valorizem as produções artístico-culturais que são produzidas pelos próprios internos. Há, na unidade, inúmeros presos com habilidades nas artes plásticas, na música, no teatro, na dança e na literatura e Thiago acredita que, a partir da publicação de seu livro, é possível construir uma nova política de valorização da arte como um caminho possível para a construção de outras formas de viver.
Por isso, desde o início ele me disse que gostaria de distribuir exemplares de seu livro na unidade em que cumpre sua pena e, se possível, em outras unidades. Seus objetivos com esta publicação, assim, são dois: 1) fazer com que sua história e sua escrita ultrapassem os muros da prisão, assim como o faz seus pensamentos e reflexões – por isso o nome do livro – e 2) transformar sua publicação em um impulsionador para que outros presos acreditem que eles também são potentes e capazes de produzir arte. Ele também gostaria que houvesse um lançamento do livro dentro da unidade – como todo escritor, ele quer ver seu trabalho reconhecido!
Acontece que para realizar este sonho, há uma série de obstáculos para o Thiago, a começar pelo fato de estar privado de liberdade e, por isso, impossibilitado de gerir o processo de produção do livro. Além disso, as dificuldades para conseguir materiais como papel e caneta para escrever são obstáculos cotidianos, mas que nunca o impediram de buscar meios para conseguir escrever: para conseguir o material necessário, Thiago lava as roupas e celas de outros presos que, em troca, pedem a seus familiares que levem papel e caneta que servem de pagamento para este serviço – o que mostra o tamanho da vontade dele de levar adiante a produção desta obra. Ele conta também com o apoio de membros da equipe técnica e administrativa da unidade prisional, que veem nele todo o potencial que o move.
É por isso que é tão importante que este financiamento coletivo alcance sua meta, porque o Thiago já está mobilizado e fazendo tudo o que ele pode para fazer o projeto acontecer, mas somos nós, aqui fora, que podemos ajudá-lo a materializar este sonho. Publicar o livro do Thiago vai significar não somente fazer valer seu esforço e dedicação como, também, pode significar uma mudança significativa no modo como arte e cultura são encarados nos contextos de privação de liberdade, chamando a atenção para como a cultura pode ser um caminho para a inclusão social e uma ferramenta política para a construção de novas políticas públicas que pensem a cultura como um direito fundamental e capaz de produzir transformações a nível individual e coletivo.
Para doar e contribuir com a campanha, acesse www.benfeitoria.com/pensamentoslivres É possível doar valores a partir de R$10,00 e cada valor corresponde a uma recompensa. Você pode inclusive ganhar um exemplar do livro! Acesse o site, escolha o valor e a recompensa e faça parte deste projeto!