18 curiosidades sobre a vida de Camões que você provavelmente não sabia

…acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha pátria que não me contentei em morrer nela, mas com ela.”
Luís de Camões

Camões é o primeiro e, talvez, maior poeta português de todos os tempos (algumas vezes dividindo os louros com Fernando Pessoa). A verdade é que este Portugal que conhecemos e, por conseguinte, tudo que sabemos e pensamos sobre nascimento de nossa colonizadora e pátria mãe é, de certa forma, o resultado da narrativa de Camões – Os Lusíadas. O relato de viagem da viagem de Vasco da Gama  na época das navegações, tanto pela sua linguagem quanto pela evocação da simbologia cristã e pagã fazem da obra um marco moderno da criação de uma nação. Há quem diga, inclusive, que um dos problemas de Portugal é justamente ter nascido, como nação, de um projeto de invenção narrativa o que, de certa forma, torna a realidade da nação toda voltada para um passado inventado.

Estima-se que Luís de Camões morreu no dia 10 de junho de 1579 ou 1580. No entanto, sua história de vida é vista ainda de maneira muito turva, muito embora se possa ter algumas certezas sobre a vida do poeta. O NotaTerapia separou algumas curiosidades da vida de Camões que você provavelmente não sabia. Confira:

1- Pouco se sabe sobre a vida de Camões. Ninguém tem muita certeza sobre o lugar onde nasceu ou mesmo o ano certo do seu aniversário, embora estima-se que tenha sido em 1524 ou 1525.

2- Como não foi reconhecido enquanto era vivo, pouco se conhece sobre ele. Do pouco que se descobriu, uma coisa é certa: foi um grande aventureiro!

3- Pensa-se que nasceu ou em Lisboa ou em Coimbra. Camões, segundo relatos, era pobre – ou pelo menos não tinha muito dinheiro – e por isso viveu com um tio em Coimbra, onde estudou humanidades: a nossa Língua, Literatura e História.

4- Parece que foi um pequeno poeta na corte de Dom João III, mas era incapaz de estar parado. Era também um grande namorador! Há quem diga que seu forte era a conversa com as moças, obviamente sobre poesia e arte.

5- Em 1549 partiu para Ceuta (África) em busca de aventura e juntou-se ao exército na luta contra os Mouros.

6- Camões era caolho: durante uma grande batalha perdeu o seu olho direito. Por isso o vemos retratado com um tapa-olho, como os piratas…

7- De volta a Portugal, esteve preso durante um ano (1552) por constantemente arrumar confusões e se meter em lutas pelas ruas e tavernas.

8- Como não conseguia ficar muito tempo em um lugar, no ano seguinte voltou ao serviço militar e embarcou para o Oriente em busca de mais lutas e aventuras.

9- Esteve em várias expedições de busca e diz-se que em Macau cuidava de defuntos e ausentes, um trabalho demasiado parado que ele não tinha muito apreço. Depois de ser demitido do cargo embarcou para Goa.

10- Foi aqui que se deu o episódio mais conhecido da sua vida: um naufrágio que matou toda a tripulação.

11- Diz a lenda que nesse naufrágio morreu Dinamene, a companheira oriental do poeta, enquanto Camões se salvava a nado juntamente com os manuscritos de “Os Lusíadas”.

12- É essa a imagem que temos dele: nadando com um braço no ar a segurar “Os Lusíadas”, que tinha começado a escrever, e depois, chegando em uma gruta onde continuou a escrevê sua obra.

13- Viveu em Goa até 1557 e nesse ano partiu num navio de volta a Portugal. Fez uma escala em Moçambique onde viveu por alguns anos às custas dos favores de uns poucos amigos.

14- Foi encontrado por Diogo do Couto, um admirador, e retornou a Lisboa por volta de 1569. Data dessa época a imagem que hoje temos: um poeta pobre, exilado, saudoso da sua terra.

15- Em 1571, publicou finalmente “Os Lusíadas”, um livro que cantava os feitos dos portugueses, dedicado ao Rei D. Sebastião, que desapareceu em Alcácer Quibir.

16 – Durante 3 anos viveu com uma pensão real no valor de 15 000 réis anuais (aproximadamente 7 centavos de €uro).

17 – Depois voltou à miséria e morreu num hospital a 10 de Junho, por volta do ano de 1580. Por coincidência nesse mesmo ano, Portugal perde a sua autonomia política em favor da Espanha.

18 – Em carta a Dom Francisco de Almeida, o poeta refere esse momento: “…acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha pátria que não me contentei em morrer nela, mas com ela.”

Fonte: http://www.junior.te.pt/servlets/Rua?P=Portugal&ID=215

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