5 filmes para conhecer a Nouvelle Vague Japonesa

Nos anos 60, a nouvelle nague, ou Nova Onda, rompeu com os modos tradicionais de fazer e ver cinema. Na época, cineastas como Godard, Truffaut, Agnes Varda e muitos outros, criaram obras inovadoras, que moldam o audiovisual até hoje.

Apesar de ser a mais famosa, a nouvelle vague francesa não foi a única, com diversas “ondas” se espalhando pelo mundo, produzindo novas maneiras de produzir os filmes. Entre elas, está a japonesa, chamada de Nuberu Bagu. As obras desafiavam as normas da época ao abordarem temas como sexualidade e violência, dando voz ao espirito da juventude japonesa dos anos 60.

Quer conhecer um pouco mais desse fascinante movimento? Separamos abaixo 5 obras que demonstram o que foi a Nuberu Bagu.

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Confira!

1. O Garoto Toshio (Shōnen)
Direção: Nagisa Oshima (1969)

Baseado em fatos reais, o filme segue um casal de vigaristas e seu filho de 10 anos, Toshio. A família viaja pelo Japão e sobrevive aplicando um golpe perigoso: a madrasta ou o próprio menino se jogam na frente de carros para forjar atropelamentos e extorquir dinheiro dos motoristas. É uma crítica ácida sobre a estrutura familiar e a marginalidade no Japão do pós-guerra.

2. A Mulher da Areia (Suna no Onna)
Direção: Hiroshi Teshigahara (1964)

Um entomologista (estudioso de insetos) sai em uma expedição para coletar espécimes em uma região de dunas. Ele é convidado por moradores locais a passar a noite na casa de uma jovem viúva, que fica no fundo de um buraco de areia. Na manhã seguinte, ele descobre que a escada foi removida e que ele é agora prisioneiro, forçado a ajudar a mulher na tarefa interminável de remover a areia que ameaça soterrar a casa.

3. Funeral das Rosas (Bara no Sōretsu)
Direção: Toshio Matsumoto (1969)

Um marco do cinema queer e de vanguarda. O filme mergulha no submundo da cultura drag e gay de Tóquio no final dos anos 60. A trama principal é uma releitura moderna de “Édipo Rei”, focada em Eddie, uma jovem trans que disputa a atenção de um traficante com a “madama” de um bar. 

4. A Marca do Assassino (Koroshi no Rakuin)
Direção: Seijun Suzuki (1967)

Hanada é um assassino de aluguel classificado como o “Número 3” no ranking do crime organizado, com um fetiche estranho pelo cheiro de arroz fervendo. Após falhar em uma missão crucial devido a uma borboleta que pousa na mira de sua arma, ele se torna o alvo do misterioso e lendário assassino “Número 1”.

5. Ilha Nua (Hadaka no Shima)
Direção: Kaneto Shindo (1961)

Sinopse: Uma obra-prima minimalista quase sem diálogos. O filme retrata a luta diária e exaustiva de uma família de quatro pessoas que vive sozinha em uma pequena ilha no Mar Interior de Seto. Como não há água doce na ilha, o casal precisa remar repetidamente até a terra firme, encher baldes e carregá-los morro acima para regar suas plantações e sobreviver. É uma meditação poderosa sobre a resiliência humana e a natureza.

Onde assistir?

Entre os dias 09 e 21 de dezembro, a CAIXA Cultural Rio de Janeiro (Unidade Passeio) recebe a mostra inédita “Nouvelle Vague Japonesa: Lirismo e Subversão”, reunindo 24 obras que capturam o espírito radical da juventude nipônica dos anos 1960 e 1970.

Com entrada franca,o público poderá conferir projeções raras em película 16mm (em parceria com a Fundação Japão) e sessões especiais, como a abertura com performance de Taiko e a exibição de Ilha Nua musicada ao vivo pela banda Bagunço.

Para além dos filmes, o evento promove um mergulho intelectual no período com minicursos, debates e a distribuição de um livro-catálogo exclusivo para os participantes.

SERVIÇO 

Mostra Nouvelle Vague Japonesa: Lirismo e Subversão 

Data: 9 a 21 de dezembro 

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Unidade Passeio – Rua do Passeio, 38 – Centro, Rio de Janeiro/RJ 

Classificação etária: consulte a programação 

Retirada de ingressos para os filmes: 30 minutos antes de cada sessão ou atividade programada 

Aberto de terça a sábado, e domingos e feriados 

Acesso para pessoas com deficiência 

Entrada gratuita 

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