Nesta segunda-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi agraciado com o título de doutor honoris causa em ciência política, desenvolvimento e cooperação internacional pela Universidade Pedagógica de Maputo, durante visita oficial à capital moçambicana para celebrar os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Moçambique.
A distinção homenageia tanto a trajetória pessoal de Lula quanto o papel do Brasil no fortalecimento da educação superior e da pesquisa científica em Moçambique. Segundo o reitor Jorge Ferrão, mais de 30% dos quadros científicos de alto nível da universidade moçambicana – mestres e doutores – foram formados em universidades brasileiras por meio de acordos de cooperação assinados sobretudo durante os mandatos de Lula.
“O impacto intangível dos quadros moçambicanos formados no Brasil, maioritariamente em seus mandatos presidenciais, enraíza o futuro científico e tecnológico do nosso país, contribuindo para delinear o caráter singelo de Moçambique no mundo”, afirmou Ferrão.
“A Universidade Pedagógica do Maputo abre as portas com o coração cheio porque a nossa gratidão é suprema e nunca se esgota”, completou o reitor, ressaltando que a honraria também representava outras instituições de ensino superior de Moçambique. Ferrão lembrou que, em 2007, durante visita ao país, Lula lançou o Projeto Sonho, programa de formação à distância para professores do ensino básico e médio que envolveu diversas universidades moçambicanas e brasileiras. “Nessa época, mais de 200 professores se beneficiaram da implementação desse gesto generoso”, destacou.
O reitor enfatizou que a cooperação acadêmica funciona nos dois sentidos: em 2024, a Universidade Pedagógica de Maputo recebeu cerca de 600 jovens de comunidades indígenas do Brasil. Além disso, em parceria com a Universidade Federal do Maranhão, a instituição moçambicana se comprometeu a colaborar na elaboração e no ensino de conteúdos sobre história e cultura afro-brasileira no currículo escolar brasileiro.
Por fim, Jorge Ferrão exaltou o engajamento de Lula com a justiça social global: “Fica-nos cada vez mais esclarecedor o seu decisivo passo vanguardista no ideal da reparação histórica e de restituir a África o lugar que foi negado durante séculos de escravização”.
“A sua luta para que os mais de 700 milhões de pessoas que ainda passam fome em todo o mundo conquistem a dignidade alimentar será algo que vai mudar a consciência do mundo”, concluiu.