Quando o ventre das mulheres começou a ser aberto para de lá sair um outro ser humano? Na aurora da ginecologia moderna, na Suécia do século XIX, dr. Eldh realiza uma das primeiras cesarianas registradas. Com a morte da parturiente, ele assume a guarda da recém-nascida, batizada de Cesárea, e a leva para Lilltuna, uma propriedade rural remota, longe da cidade onde ele vive com a esposa e as filhas.
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Submetida a uma existência de boneca, Cesárea cresce confinada aos limites da fazenda. Sob os cuidados dos empregados e a vigilância cada vez mais distante de Dr. Eldh, chega à puberdade sem qualquer autonomia, cercada por presenças ora protetoras, ora ameaçadoras, testemunhando sorrateira os eventuais visitantes, como o enigmático e violento mestre Valdemar.
“Um romance tão belo quanto inquietante. A prosa de Hanna Nordenhök combina com maestria singular a densidade da poesia com a atmosfera febril de um conto gótico.” Fernanda Melchor
Com tradução de Fernanda Sarmatz Åkesson , Cesárea entrelaça inocência e terror por meio de uma voz assombrada — por sua origem, por seu corpo, por sonhos inquietantes. Em uma atmosfera onírica e gótica, acentuada pela exuberância da natureza, Hanna Nordenhök constrói uma alegoria poderosa sobre violência e controle físico e psicológico, e inevitavelmente faz pensar sobre o que de fato mudou, mais de um século depois, na medicina — e além dela.
Quem é Hanna Nordenhök?
Hanna Nordenhök (1977, Malmö, Suécia) é poeta, romancista e ensaísta premiada, além de tradutora do espanhol. Cesárea (DBA Literatura, 2025) é seu primeiro romance e recebeu reconhecimento imediato pela linguagem poética e ambientação gótica. Como tradutora, já verteu para o sueco obras de autoras como Fernanda Melchor, Samanta Schweblin e Alia Trabucco Zerán.
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