“Guida, caríssima Guida”: o último romance de Dinah Silveira de Queiroz

Guida, caríssima Guida, o último romance de Dinah Silveira de Queiroz

Escrito em 1981, durante três meses em Lisboa, quando Dinah Silveira de Queiroz já ocupava a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, a segunda mulher imortal da ABL, o livro conta Guida, uma mulher sedutora e, acima de tudo, ambiciosa, é casada com Marcos Antunes, diplomata dedicado, mas homem totalmente fraco diante da mulher. O casal tem um filho, Thomaz, que desde garoto mora em Lisboa. Guida não quer ser mãe de um adulto e muito menos tê-lo por perto, o que denunciaria sua idade.

O pai quer trazer o filho de volta à família, mas Guida deseja ir ao Brasil, para a fazenda que Marcos herdou, onde no passado ela, menina de origem humilde, foi acolhida e decidiu triunfar a qualquer preço.

O diplomata vai ao encontro de Thomaz em uma viagem de aproximação afetiva, e a mãe segue para o interior de São Paulo, onde se estabelece como grande fazendeira. Porém, a morte repentina de Marcos atrapalha os planos de Guida, que passa a não medir esforços e toma as atitudes mais radicais para convencer o filho a desistir da herança do pai.

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Entre reviravoltas em um meio cosmopolita, tendo como pano de fundo acontecimentos históricos da época, Guida, caríssima Guida traz uma Dinah diferente. Com uma escrita liberta de certa preocupação estilística mais elaborada, nessa obra sua prosa se apresenta com maior espontaneidade e, segundo a própria Dinah, é “um romance cruel, e seu final, talvez, o mais carregado de dramaticidade de tudo que escrevi”.

Sobre a autora:

Dinah Silveira de Queiroz nasceu em 1911, na cidade de São Paulo, em uma família profundamente dedicada às letras. Seu primeiro livro, Floradas na serra, lançado em 1939, tornou-se de imediato um best-seller — a primeira edição esgotou-se em pouco mais de um mês. Sua obra abrange romances, crônicas, contos, artigos e dramaturgia — além de ter sido pioneira, ao publicar dois livros de contos, Eles herdarão a terra (1960) e Comba Malina (1969), no gênero ficção científica. Dinah foi a segunda mulher eleita imortal da Academia Brasileira de Letras, em 1980. Faleceu em 1982, aos 71 anos. De Dinah, a Instante já publicou: A muralha (2020), Floradas na Serra (2021), Margarida La Rocque (2022), Dinah fantástica (2022), Verão dos infiéis (2023) e Os invasores (2024).

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