Quiosque de livros é incendiado pela segunda vez em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro

Um ato de vandalismo chocou os moradores de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, na madrugada da última sexta-feira, 15 de agosto. O tradicional quiosque de livros de Jorge Livreiro, localizado na Avenida Alberto Braune, no Centro da cidade, foi alvo de um incêndio criminoso que destruiu parte da estrutura e diversos livros.

Este é o segundo ataque do tipo em menos de dois anos, reacendendo a indignação da comunidade e levantando questionamentos sobre a segurança de espaços culturais na região.O Grupamento de Bombeiros Militares de Nova Friburgo (6º GBM) foi acionado às 3h15 para conter as chamas.

Apesar do esforço, o fogo causou prejuízos significativos, destruindo livros, muitos deles raros, e danificando a estrutura do quiosque, que havia passado por uma reforma recente. Infelizmente, o impacto emocional e financeiro para o proprietário, Jorge Livreiro, foi devastador.

“O quiosque é meu ganha-pão”, desabafou Jorge, muito abalado, ao relatar a tristeza de ver seu espaço cultural destruído novamente.

Leia também: Escritor e colecionador resgata de incêndio livros de registros raros sobre escravização do século XIX

Este não é um caso isolado. Em outubro de 2023, o mesmo quiosque foi alvo de outro incêndio, também classificado como criminoso pela Polícia Civil. Na ocasião, dezenas de exemplares, incluindo obras raras, foram perdidos, gerando comoção e mobilização popular em apoio ao livreiro.

A Polícia Civil realizou perícia no local e está analisando imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos próximos para identificar os responsáveis.

Conhecido como “Jorge Livreiro” ou “Jorge Zumbi”, o proprietário mantém o quiosque há mais de 20 anos, transformando-o em um ponto de referência cultural na cidade. O espaço, que comercializa livros usados e recebe doações, é um símbolo de resistência cultural e um ponto de encontro para amantes da leitura. A destruição do quiosque gerou revolta entre os friburguenses, que veem no local um patrimônio da cidade.

Após o novo ataque, a expectativa é que novas medidas sejam tomadas para apoiar Jorge e evitar futuros incidentes. O caso reforça a importância de proteger espaços que promovem a leitura e a cultura em tempos de desafios para a valorização do conhecimento.

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