Entre os dias 31 de outubro a 17 de novembro de 2024, aconteceu a 50º Feira do Livro de Pelotas com o tema “conectando gerações, construindo futuros”. Com diversos apoios e patrocínios, como o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), e organizado pela Câmara Pelotense do Livro, o evento contou com uma série de atividades, entre elas oficinas, apresentações artísticas e culturais e conversas com escritores. O espaço, bem estruturado e organizado, atraiu diferentes públicos que pretendiam buscar novas leituras, procurar títulos antigos, prestigiar autores locais e visitantes, passear ou encontrar amigos.
Raphael Montes, Ryane Leão, Denise Godinho, Jana Viscardi, Paula Klein, Vitor Ramil, entre outros marcaram presença na feira, participando de bate-papos e autografando suas obras. Nas conversas com escritores, foi possível perceber a receptividade e a interação com o público, além de mediadores preparados e envolvidos com a temática. A mediação dos três primeiros convidados foi conduzida por Paula Blass, jornalista e criadora do podcast Bla Bla Blass.
O escritor e roteirista carioca Raphael Montes levou um grande público para o local. Conhecido por suas histórias de suspense, crime e terror, é autor de títulos como Suicidas (2010), Dias perfeitos (2014), Jantar secreto (2016), Bom dia, Verônica (2016), escrito em parceria com Ilana Casoy, Uma mulher no escuro (2019), Uma família feliz (2024), entre outros. Ele comentou sobre suas leituras e sua trajetória literária, desde a estreia até o último livro publicado, o processo criativo e a adaptação das obras para o audiovisual.
Outro nome que movimentou a Feira foi o da professora e poeta cuiabana Ryane Leão, autora de Tudo nela brilha e queima (2017) e Jamais peço desculpas por me derramar (2019). Ela conversou sobre a sua trajetória pessoal e profissional, as influências literárias, o desenvolvimento da sua escrita e a criação do projeto @onde jazz meu coração.
Já a jornalista e roteirista paulistana Denise Godinho abordou a relação entre literatura e gastronomia. Ao lado de Bryan Chaplin, chefe de cozinha e coordenador do curso de Gastronomia do Senac, a autora comentou sobre sua formação como leitora e como decidiu aprender a cozinhar a partir de comidas citadas nas suas narrativas preferidas. A cocada mencionada na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, foi a inspiração para colocar as ‘receitas literárias’ em prática. Como resultado desse projeto, surgiu “Capitu vem para o jantar”, primeiro como blog; depois como livro em 2016, além de um canal no YouTube e um perfil no Instagram. Para enriquecer ainda mais a experiência, o público pode saborear a ambrosia, sobremesa preparada pelos professores e alunos do Senac Pelotas, e que aparece nas obras de autores gaúchos como Simões Lopes Neto, Mário Quintana e Érico Veríssimo.
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A paulista Jana Viscardi, professora, linguista e criadora de conteúdo digital no Youtube, publicou seu primeiro livro em 2024: Escrever sem medo: um guia para todo tipo de texto. No bate-papo, conduzido pela professora Luciane Silveira, ela destacou questões atuais e relevantes relacionadas à comunicação, à linguagem e à escrita de textos, comentou, também, sobre a produção de conteúdo na internet, as problemáticas do ChatGPT e o próximo livro direcionado a examinar matérias jornalísticas.
A artista plástica e escritora carioca Paula Klein apresentou o seu livro de estreia Todas as minhas mortes (2023), abordando aspectos referentes à construção da narrativa autoficcional e às questões femininas que envolvem suas experiências, adversidades e desafios na busca pela maternidade. A conversa foi conduzida pela psicóloga Olga Viedo.
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O cantor, compositor e escritor pelotense Vitor Ramil relatou como começou a escrever ficção e descreveu o processo criativo para a elaboração do livro A Primavera da Pontuação (2014). Com mais de 10 álbuns gravados, publicou também os livros Pequod (1995), Satolep (2008) e A estética do frio: Conferência de Genebra (2004). Além disso, em 2019, lançou o projeto Avenida Angélica, que resultou no disco com músicas compostas a partir de poemas de Angélica Freitas e Mantra concreto, em 2024, com canções criadas a partir de versos do poeta Paulo Leminski. A mediação da conversa foi realizada por estudiosos de sua obra: Luis Rubira, autor de Vitor Ramil: nascer leva tempo (2015), e Marcos Lacerda, autor de Vitor Ramil, o astronauta lírico (2024).
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