Conheça “Carol Dytz”: a suavidade de sabiás e dos Bem te vis na potente leveza das canções

Uma coisa que faço rotineiramente é passear pelas lives do Tiktok e procurar artistas interessantes. Faço isso como uma tarefa ética essencial de quem diz que ama a arte: ao invés de dizer que não tem nada de bom na nova geração vou até ela. Assim, abro a rede da moda todos os dias através do contato direto com quem está lá trabalhando. Dentre as cantoras que lá conheci, uma de minhas preferidas é talvez uma das pessoas mais gentis que já conheci: trata-se de Carol Dytz.

Carol Dytz é uma cantora e compositora de Niterói que está quase que diariamente nos encantando com sua voz que circula pela MPB, bossa-nova e soul. Não é à toa que cada dia que entro, mais pessoas vão descobrindo um espaço de aconhego para quem quer estudar ou trabalhar tendo como companhia uma artista.

As suas músicas contam sobre autoconhecimento, minúcias do cotidiano e, sempre, o amor. A sua voz suave e ao mesmo tempo impactante são a sua marca registrada, como também a sua busca por trazer leveza e reflexão aos ouvintes. A sua formação, no entanto, traz algo de “espacial” para sua arte: Carol é formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFRJ, cujas letras também estão expressas pelas cores dos roteiros e das cenas dos seus clipes e apresentações.

Atualmente Carol Dytz se prepara para produzir o seu primeiro álbum da carreira, em parceria com a banda Sarandaia, “Eufonia”, que conta com 8 músicas autorais, mesclando neo soul e música brasileira.

Com uma presença marcante nas redes sociais, ela conquistou números impressionantes, acumulando mais de meio milhão de visualizações em seus vídeos no TikTok e um crescimento progressivo do seu público no Spotify. Participou também de diversos encontros musicais, shows autorais, e foi intérprete e compositora em projetos e bandas autorais.

O Jornal Nota fez uma entrevista com a cantora Carol Dytz. Confira:

Luiz – O que se passa aí dentro que te faz cantar?

Carol – Posso te dizer que é um amor genuíno, desde que criança amo cantar e amo compor. Descobri há alguns anos que a composição transmuta os meus sentimentos negativos em arte, então quando estou triste ou chateada, sei que a composição vai aliviar a minha dor e algumas vezes, trazer a vida composições bonitas e com muito sentimento. Pra mim é uma terapia.

Como você descreveria o seu trabalho?

Eu considero o meu trabalho suave e intenso ao mesmo tempo. Gosto de trazer reflexão aos ouvintes de forma sútil, trazer temas que eu acho importantes pra mim, com a intenção de fazer sentido para alguém também. Gosto de falar sobre o amor de todas as formas, vida cotidiana e também sentimentos de todos os tipos, sejam bons ou ruins. É uma expressão da alma mesmo.

Sabiá é uma composição minha em parceria com o meu amigo artista Jota G. Ela fala sobre términos e sobre seguir em frente mesmo que seja difícil. Gosto muito de fazer composições que relacionem o que eu sinto com a natureza, isso fica evidente também nos meus clipes.

Ouça Sabiá aqui:

Como é pra você essa tarefa de cantar no tiktok?

É uma experiência nova no mundo da arte né? Uma demanda quase diária abrir live e cantar. Eu amo fazer live de música, sinto um amor lindo das pessoas que me assistem e estão lá comigo sempre. Faço lives desde 2021 e não quero largar nunca. Me sinto acolhida, vista e conheci e sempre conheço pessoas maravilhosas que viraram amigos de longa data. É um apoio maravilhoso e sou muito grata por esse trabalho, é muito bom poder mudar um pouquinho o dia das pessoas com as “músicas para acalmar o coração” que me proponho a fazer, mas também muda o meu dia quando não estou bem! Eu acredito que a live veio a somar muito para os artistas, é a possibilidade de ter contato de forma direta com os fãs e dar visibilidade as músicas autorais na internet e ainda poder trabalhar de qualquer lugar do mundo.

Quais os próximos passos de Carol Dytz no mundo da música?

Estou me preparando para iniciar a gravação do meu primeiro álbum de carreira: Eufonia! Vou começar no mês de setembro um financiamento coletivo para realizar esse sonho e estou muito animada! Vai ser, sem dúvidas, o maior projeto da minha carreira até agora! Também estou muito empenhada em fazer cada vez mais shows autorais com a banda Sarandaia. Os integrantes além de serem da minha família, compõe junto comigo, gravaram praticamente todas as músicas até aqui e fazem o projeto de fato acontecer, eu não seria nada sem eles.

Leia também: Conheça “jhany.”: a voz suave da cantora de 21 anos de sonhos, Tiktoks e Avenidas Paulistas

Além da entrevista, Carol também contou para a gente a inspiração e o processo de feitura de suas canções. Confira:

Ser e Bem te Vi

Iniciei o meu trabalho autoral em 2020, com o lançamento de duas faixas: o single “Ser”, o meu primeiro lançamento e o single “Bem te vi” que possui mais de 60 mil plays no Spotify. “Ser” marca a transição da minha carreira de arquiteta para cantora e como eu me sentia fragilizada de trocar de carreira em plena pandemia.

“Bem Te Vi” é uma música mais leve, que representa a minha aceitação como artista, meu reconhecimento no mundo da música e apropriação da minha arte.

Sobre Nós Dois e Marependi

Já em 2021 foram lançadas as músicas “Sobre Nós Dois”, com mais de 100 mil plays no Spotify e “Marapendi”, que foi selecionada para tocar na rádio Roquette Pinto, como também o clipe da música foi selecionado como um dos melhores clipes do mês de outubro pela Hits Perdidos. “Sobre Nós Dois” é um aconchego, retrata o amor a dois de forma cotidiana e pura, é uma composição minha com Lucas Vale, meu marido, que é guitarrista e compositor.

“Marapendi” é uma canção do meu pai Augusto Seoane, que fala sobre a vivência da nossa família no Parque Marapendi, no Rio de Janeiro. Tem como tema principal a nostalgia e o amor familiar

Nem Freud Explica

Em 2022, eu lancei o primeiro EP “Elo”, com a faixa foco “Nem Freud Explica”, que assim como a música “Marapendi”, teve o seu clipe selecionado como um dos melhores clipes do mês de janeiro pela Hits Perdidos. Vale constar que o EP representa a junção de experiências vívidas em diferentes facetas da vida de Carol Dytz, fala sobre autocuidado, amor, pensamentos contidos e uma eterna saudade de casa.

“Nem Freud Explica” fala sobre questões mentais e o desespero de ter que lidar com elas e se sentir tão sozinho. Escrevi no auge da pandemia, em 2020, mas só lancei em 2022.

Em 2023, teve o lançamento da faixa “Déjà vu”, em parceria com o Midas Music e com a Fosfor filmes, dando início a sua nova fase musical, que busca a junção ainda mais evidente entre o gênero neo soul e a essência da música popular brasileira.

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