“O pianista”, de Wladyslaw Szpilman: O belo testamento da capacidade humana de resistir e se curar pela compaixão

Escrito logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, O pianista transmite um imediatismo devastador encontrado em poucos livros sobre a época. A obra traz o testamento de Wladyslaw Szpilman tentando sobreviver na Polônia ocupada pelos nazistas. A obra foi adaptada para o cinema, vencendo a Palma de Ouro do Festival de Cannes e levando três estatuetas do Oscar: Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado. A nova edição inclui prefácio inédito do filho do autor, Andrzej Szpilman

No dia 23 de setembro de 1939, Władysław Szpilman tocava na rádio “Noturno em dó menor” de Chopin enquanto bombas caíam ao redor do estúdio – o estrondo era tão alto que mal conseguia ouvir o próprio piano. Foi a última audição de música ao vivo de Varsóvia. Mais tarde, naquele mesmo dia, uma bomba alemã atingiu a emissora, e a Polskie Radio saiu do ar. Apesar de ter perdido toda a família, Szpilman sobreviveu. Por fim, tempos depois, sua vida foi salva por um capitão alemão que o ouviu tocar o mesmo noturno de Chopin em um piano encontrado em um prédio abandonado.

Em O pianista, Szpilman narra sua vida no gueto de Varsóvia e sua fuga dele, sua experiência em esconderijos e conta como sobreviveu à destruição da capital polonesa. O autor revela uma história de sofrimento, perda e esperança de forma vívida e realista. Suas vivências demonstram com nitidez a polaridade do comportamento humano – a crueldade e a bondade – vista durante a guerra.

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Władysław Szpilman pinta um retrato de sua vida entre 1939 e 1945 em uma narrativa autêntica e emocionante do período do Holocausto, do ponto de vista de um sobrevivente do gueto de Varsóvia, onde os judeus eram privados de sua humanidade como mais uma forma de tortura nazista. Um documento histórico e humano de uma das maiores tragédias do século XX, que inspirou o filme homônimo de Roman Polanski, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e de três estatuetas do Oscar, a de Melhor Diretor, a de Melhor Ator e a de Melhor Roteiro Adaptado.

“No dia 20 de maio, recebemos a visita de um violinista, meu colega de trabalho. Tínhamos planejado tocar uma das nossas sonatas preferidas de Beethoven, algo que não fazíamos há muito tempo. Vieram também outros amigos, e minha mãe, querendo nos fazer uma surpresa, preparou um lanche. Era um lindo dia ensolarado, bebíamos um excelente café, degustávamos uma torta feita por ela para essa ocasião e exibíamos excelente humor; todos sabiam que os alemães estavam prestes a iniciar o ataque a Paris, mas ninguém parecia preocupado com isso. Havia a linha defensiva do rio Marne onde tudo deveria parar, assim como na fermata do segundo movimento do Scherzo em si bemol de Chopin, e onde os alemães, no mesmo ritmo oitavado em que conseguiram avançar tão rapidamente, bateriam em retirada recuando até as suas fronteiras, depois ainda mais longe, até o acorde final da vitória dos Aliados.”

Sobre o livro:

“Extraordinário… Um documento de duradouro valor histórico e humano.” – Los Angeles Times

“Historicamente indispensável.” – The Washington Post

“Surpreendente… Até pelos padrões estabelecidos por relatos do Holocausto, este livro é chocante.” – Seattle Weekly

“Para variar, ‘inesquecível’ é a palavra certa.” – The Guardian

Sobre o autor:

Władysław Szpilman nasceu em Varsóvia, capital da Polônia, em 1911. Estudou piano no Conservatório de Varsóvia e na Academia de Artes de Berlim. Trabalhou como pianista para a Polskie Radio até a invasão da Polônia pela Alemanha, em 1939, quando passou a viver no gueto de Varsóvia. Com o fim da guerra, Szpilman tornou-se diretor musical da rádio, cargo que ocupou até 1963. Viveu em sua cidade natal até sua morte em 2000.

Ficha técnica:

O PIANISTA

Wladyslaw Szpilman

Tradução: Tomasz Barcinski

272 págs. | R$ 64,90

Ed. Record | Grupo Editorial Record

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