Edith Derdyk: A maquinaria poética do desenho

No universo multifacetado das artes, poucos artistas conseguem transcender as fronteiras do convencional e desafiar as normas com a ousadia que caracterizam a trajetória de Edith Derdyk. Nascida em 1955, a artista paulistana não é apenas uma criadora de obras; ela é uma força, uma narradora visual que dá vida a mitologias pessoais por meio de sua incessante exploração do desenho.

Revisitando Raízes

Edith Derdyk, uma verdadeira pioneira, alça voo artístico desde os anos 1980, quando mergulhou em uma jornada de pesquisa incansável sobre o desenho. Ela não se contenta com a superfície; ao contrário, mergulha nas profundezas do desenho, entendendo-o não apenas como um meio de representação, mas como uma maneira de existir no mundo. Como uma arqueóloga de linhas, ela escavava as camadas do desenho, desvendando mitologias pessoais que se tornavam a essência de sua expressão.

Edith Derdyk. Linha de Chamada. Crédito Eduardo Fraipont

Para Além do Papel e do Lápis

“Desenho não é só coisa de lápis e papel”, repete Edith, desafiando a visão comum do meio artístico. Sua nova exposição, “MAQUÍNICA”, atualmente em exibição na CLIMA GALERIA – Fashion Mall, é um mergulho profundo no coração da maquinaria poética do desenho. A mostra vai além das fronteiras tradicionais, convidando o público a explorar um universo onde o desenho transcende a bidimensionalidade.

Geometria Descritiva e Além

Partindo da Geometria Descritiva ou Mongeana, técnica originária do século XVIII, Edith Derdyk desafia as convenções ao reconfigurar ilustrações de livros didáticos da década de 1950. Sua abordagem é uma dança entre o cálculo e o improvisado, semelhante ao trabalho de um DJ, remixando, desconstruindo e sampleando para criar uma sinfonia visual única. A exposição é uma experiência sensorial que conduz os visitantes através de uma jornada de reconfiguração performática do espaço.

Edith Derdyk. Maquínica. Crédito Eduardo Fraipont

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Mitologias Pessoais e Gramática Única

A mostra revela recorrências, ou “mitologias pessoais”, como Edith as chama. A linha preta, o movimento inquieto do traço e a vocação arquitetônica do desenho formam a gramática única do artista. Cada obra é uma expressão dessa poética consistente que ela vem construindo ao longo das décadas.

Edith Derdyk. Maquínica. Crédito Eduardo Fraipont

Além das Fronteiras

A influência de Edith Derdyk ultrapassa as fronteiras do Brasil, com exposição em países como México, EUA, Alemanha e Colômbia. Sua obra, premiada e reconhecida internacionalmente, carrega consigo a força de uma narrativa que transcende línguas e culturas.

Edith Derdyk. Crédito Eduardo Fraipont

Convite à Exploração

A exposição “MAQUÍNICA” é mais do que uma simples mostra de arte; é um convite à exploração de um universo onde o desenho é uma máquina de significados. Aberta ao público de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 14h às 22h, na CLIMA GALERIA – Fashion Mall, a exposição estará em exibição até 15/03/2024.

Edith Derdyk, com sua maquinaria poética do desenho, continua a desafiar, provocar e inspirar, oferecendo ao público uma oportunidade única de se perder e se encontrar nas linhas, nas formas e nas mitologias que ela tece com maestria.

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