“Jonathan”: peça de teatro conta história da tartaruga mais velha do mundo

Solo inédito de Rafael Souza-Ribeiro sobre tartaruga mais velha do mundo traça um panorama afetivo e sombrio das relações sociais

JONATHAN é um monólogo escrito e encenado por Rafael-Souza Ribeiro que parte da história real da tartaruga mais velha do mundo para abordar, com acidez e lirismo, temas como colonialismo, intolerância, moralidade e sobretudo a passagem do tempo. 

O ano era 2017 quando Rafael Souza-Ribeiro descobriu no jornal a história de Jonathan, uma tartaruga que, já naquele momento, era apresentada como o animal terrestre mais velho do mundo e o mais ilustre morador da Ilha de Santa Helena, território ultramarino britânico no meio do Atlântico, considerado um dos locais mais ermos do mundo. Aos 191 anos, a tartaruga celebridade carrega por décadas a função de garoto-propaganda da ilhota com aproximadamente 4500 habitantes. Sua imagem estampa camisetas, bonés, bem como a moeda de 5 centavos da libra local e os selos do órgão de imigração.

Quando leu o perfil de Jonathan traçado pelo jornal, do temperamento agressivo em jogos de críquete à pacificação após chegada de uma parceira da mesma espécie, passando pela voraz indústria do turismo desenvolvida ao redor do animal e todo o panorama histórico em que ele se insere, Rafael pensou: “Tem teatro aí!”

“Fui livre o bastante pra escrever uma história com começo, meio e fim, criar personagens, lugares, e uma dramaturgia que se vale da notícia, do documental, mas também do fabular, do alegórico e sobretudo do teatro”, comenta Rafael, que em 2023 celebra os 30 anos de seu encontro com o teatro.

Quem é Jonathan, a tartaruga?

Nascido em 1832, Jonathan, uma tartaruga gigante das Seychelles, foi dado como presente da Coroa britânica, ainda no século XIX, para a remota Ilha de Santa Helena, território ultramarino britânico no meio do Atlântico, considerado um dos locais mais ermos do mundo.No momento em que Jonathan veio ao mundo, há 191 anos, não havia tecnologias como a fotografia, o telefone e a lâmpada incandescente.

A Torre Eiffel ainda não havia sido construída, e Napoleão Bonaparte, imperador francês que viveu seus últimos dias na mesma ilha, tinha apenas 18 anos de idade. De acordo com o Livro dos Recordes, Jonathan detém o título de tartaruga mais velha do mundo e o mais longevo testudine – grupo que inclui todas as tartarugas, cágados e jabutis – já registrado na história.

Na peça, a vida da tartaruga cruza com a vida de outro Jonathan, o jovem tratador de animais que herdou o nome do bicho e o ofício do avô, ainda que contra sua vontade. Enquanto passa a limpo a história da Ilha onde vivem, da tartaruga e da família, ele se vê às voltas com os próprios sonhos e a chegada da vida adulta.  

Leia também: “Nenhum de nós mente ou finge”: Marcos França revisita personagem de Pirandello 20 anos depois

Ficha Técnica: 

Texto e atuação: Rafael Souza-Ribeiro

Direção: Dulce Penna

Direção de produção: Damiana Inês

Assistência de produção: Denise Oliveira

Preparação corporal: Luciano Caten

Figurino: Carla Ferraz

Visagismo e maquiagem: Diego Nardes

Iluminação: Paulo Denizot

Cenário: Dulce Penna e Dodô Giovanetti

Cenotecnia: Dodô Giovanetti

Trilha sonora: Arthur Ferreira

Arte gráfica: Ludmila Valente | Brainstorm Design

Assessoria de imprensa: Lyvia Rodrigues | Aquela Que Divulga

Fotografia: Renato Mangolin

Rafael Souza-Ribeiro – dramaturgo e ator

Rafael Souza-Ribeiro é dramaturgo, roteirista e ator, formado pela UFRJ em Direção Teatral. Em 2023, ganhou o prêmio CBTIJ de Melhor Texto Original pela autoria de “Tá Com Medo de Quê?”, dirigido por Renato Carrera; em maio estreia o solo Jonathan, como autor e ator, celebrando 30 anos de teatro; e é um dos roteiristas de Vicky e a Musa, série infanto-juvenil de Rosane Svartman para o Globoplay, que estreia em julho.

Dulce Penna- diretora 

Dulce Penna é diretora, produtora e atriz, formada em Direção Teatral pela UFRJ. Iniciou sua carreira há 18 anos, como assistente de Marco André Nunes em “Projeto K “, de Walter Daguerre. Estreou como diretora e dramaturga em 2010, com a peça “201”, tendo recebido excelentes críticas. Foi diretora assistente em “Amérika!” e “As Horas Entre Nós”, direção Joelson Gusson (2012/13); “A Dona do Fusca laranja”, de Jô Bilac, direção Fábio Ferreira (2011); “Demônios “, direção Bruce Gonlevsky (2016).

SERVIÇO

JONATHAN

Local: Teatro Ipanema

Temporada: de 26 de maio a 11 de junho

Dia/Hora: sextas e sábados às 20h; domingos às 19h

Endereço: Rua Prudente de Moraes, 824 – Ipanema

Ingresso: R$40/R$20

Classificação: 12 anos 

Capacidade: 192 lugares

Duração: 60min 

Gênero: Drama Tropical

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